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Fávaro apoia boicote do agro ao Carrefour e diz que embargo é ‘desproporcional’

Rede varejista confirmou a suspensão no fornecimento de carnes pela indústria brasileira e disse que está em diálogo para a retomada do abastecimento

Por Camila Pati Atualizado em 25 nov 2024, 16h21 - Publicado em 25 nov 2024, 10h35
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  • O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, criticou, nesta segunda-feira, 24, o Carrefour por suspender a compra de carnes de países do Mercosul e demonstrou apoio ao boicote dos frigoríficos à rede no Brasil. Segundo o ministro, a decisão do Carrefour é fruto de um “protecionismo desproporcional” da França.

    “O Brasil tem uma agricultura de larga escala, de volume, segurança de fornecimento. A reação é desproporcional. Tanto que todos os outros países da comunidade europeia já compreenderam a situação e são favoráveis ao acordo”, afirmou o ministro em entrevista à Globonews.

    A decisão do Grupo Carrefour de parar de vender a carne sul-americana nos supermercados da rede na França — em solidariedade aos agricultores franceses que são contra o acordo comercial  entre a União Europeia e o Mercosul — motivou um boicote dos frigoríficos brasileiros às lojas da rede aqui no Brasil, que incluem Carrefour, Atacadão e Sam’s Club. 

    “Se para o povo francês o Carrefour não serve comprar carne brasileira, que o Carrefour também não compre carne brasileira para colocar nas suas gôndolas aqui no Brasil”, disse o ministro da Agricultura, que também afirmou que o acordo entre o Mercosul e a UE está perto de sair.

    Em nota, o Carrefour Brasil confirmou que houve suspensão do fornecimento de carnes pela indústria brasileira, mas negou que haja desabastecimento em suas lojas. A empresa diz lamentar a atual situação e reafirma a confiança e o compromisso com o agro brasileiro. Para a varejista, a decisão de não fornecer carnes impacta os clientes e, por isso, a companhia diz estar em diálogo com os fornecedores para a retomada do abastecimento.

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    Acordo UE-Mercosul

    Em negociação há anos, um tratado de livre-comércio entre os blocos enfrenta oposição de produtores rurais franceses que temem a concorrência e também alegam riscos ambientais. As exigências ambientais da UE são um dos principais pontos que travam o acordo.

    O anúncio de que as carnes importadas do Mercosul estariam fora das prateleiras da rede na França foi feito no dia 20 de novembro, pelo CEO do Carrefour, Alexandre Bompard, em carta ao presidente da Federação Nacional dos Sindicatos dos Operadores Agrícolas da França, Arnaud Rousseau.

    “Em toda a França, ouvimos a consternação e a indignação dos agricultores face ao projeto de acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul e consideramos o risco de repercussões negativas no mercado francês de comercializar um produto que não cumpra os requisitos e normas europeus”, escreveu. “Em resposta a essa preocupação, o Carrefour quer estar em conjunto com o mundo agrícola e está tomando o compromisso de não comercializar qualquer carne proveniente do Mercosul”, anunciou o executivo.

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