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Executivos preferem chefe inspirador a amigo ou protetor

Pesquisa revelou alta no número de profissionais com comportamentos inapropriados

Por Thaís Augusto Atualizado em 31 jul 2017, 08h21 - Publicado em 30 jul 2017, 08h35
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  • O líder que posiciona-se como exemplo para melhorar as práticas de trabalho é o gestor mais valorizado pelos executivos. Foi isso o que mostrou a pesquisa Estudo de Remuneração 2017, da consultoria Michael Page. Esse tipo de chefe, definido como inspirador, foi citado por 48% dos executivos pesquisados, deixando de lado aqueles líderes com perfis de amigo (5%), protetor (4%) ou cauteloso (3%).

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    A pesquisa também revelou outro perfil em alta, citado por 40% dos executivos: o de gestor aberto, que interage com a equipe focando no diálogo.

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    “As pessoas querem um líder aglutinador, que traga as pessoas para o time, que tenha humildade para saber escutar e está aberto para lidar de igual para igual”, afirmou o diretor-executivo da Michael Page, Roberto Picino.

    Segundo Picino, os funcionários não querem alguém que os proteja e seja muito aberto a questões pessoais. “Eles querem se desenvolver na carreira, ter alguém pra se espelhar e que o cobre por resultados. Uma coisa que incomoda muito os funcionários são chefes com dificuldade para ouvir.

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    Os traços individuais dos líderes é outro fator importante que influencia os resultados do time. “Um chefe com características positivas tem uma retenção maior. As pessoas ficam mais comprometidas porque querem e não pela cobrança ou outra força externa. Com o chefe que não tem isso, as pessoas perdem entusiasmo e a vontade de estar ali. No final do dia, o perfil comportamental faz diferença”, disse o diretor.

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    Desvio de conduta

    Não basta só monitorar o próprio comportamento, os chefes também precisam redobrar a atenção ao modo de agir dos funcionários. Três em cada dez executivos têm desvios de conduta, como a disposição para roubar valores financeiros da empresa. O dado é do Perfil Comportamental dos Executivos, da HSD Consultoria em RH e Orchestra Soluções Empresariais. Em 2013, 20% dos profissionais apresentavam essa disposição – agora o percentual subiu para 27%.

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    Falta de caráter, dissimulação e disposição para manipular pessoas são algumas das características que definem esses executivos. O desvio de conduta traz potencial de risco para as empresas, mas é possível evitar o problema.

    Para o diretor-executivo da Michael Page, o perfil do chefe que comanda a equipe pode ajudar a combater desvios de conduta.”O profissional que garante proximidade e é transparente pode inibir uma conduta errada.”

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    De acordo com a presidente da HSD e vice-presidente da Orchestra Soluções Empresariais, Susana Falchi, é possível reconhecer um executivo com desvios de conduta. “Ao fazer a aplicação de ferramentas psicológicas é possível identificar a estrutura do caráter do indivíduo. Isso você não pega por entrevista, o processo seletivo é importante para verificar o quanto a pessoa sustenta suas ações.”

    Segundo ela, esse tipo de comportamento nasce com cada indivíduo.”É um comportamento consciente, alguns acham que é um diferencial competitivo, que está gerando resultado. Nos últimos 20, 16 anos o conceito de certo e errado vem sendo relativizado e acaba impactando muito. Há uma fragilidade emocional grande, as pessoas desenvolvem o conhecimento, mas não trabalham aspectos da inteligência emocional. Poucas pessoas vão buscar terapia”.

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    Ao identificar um profissional com desvio de comportamento, são poucas as empresas que o demitem, ainda de acordo com Susana. Isso acontece porque a empresa não quer causar alarde. Ela citou um episódio em que o presidente de uma empresa admitiu que tinha conhecimento dos desvios de conduta de um profissional. “Identificamos que o profissional tinha esse comportamento e o presidente disse ‘eu sei que ele rouba, mas traz resultados’. A mensagem que passa é que esse tipo de comportamento é permitido”.

    A profissional ressaltou a importância de um canal de denúncia dentro das empresas. “Com o ambiente de crise, a empresa quer mais resultados, mas é preciso focar na manutenção do negócio e não no resultado imediato. Quando você bonifica um executivo, favorece o desvio e maquiagem de resultados, que o executivo vai querer atingir a qualquer custo”.

    Todos os aspectos estruturais, como dissimulação, registraram alta em relação à 2013. O item que representa a tendência do profissional para desviar valores financeiros teve um aumento de 25% para 27%. Outra dado que chamou a atenção foi o desvio do comportamento sexual que dobrou, de 4% para 7%. Confira outros resultados da pesquisa:

    Estrutural

    % 2013

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    % 2017

    Comportamento /Impacto

    Desvio de caráter devido à autoimagem inflada

    28

    30

    • Não respeita limites
    • Passa por cima de regras
    • Passa por cima das pessoas
    • Manutenção da imagem autocriada
    Desvio de caráter, com tendência a desvio de valores financeiros.

    20

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    27

    • Cobra comissões de fornecedores
    • Desvios de mercadorias
    • Apropriação indevida de valores.
    Dissimulação/mentira/intriga

    22

    25

    • Apresenta situações diferentes da realidade
    • Enfeita as situações para ficar “bem na fita”
    • Esconde as reais intenções
    • Finge emoções que não sente
    Desvio de caráter devido à baixa autoconfiança

    13

    17

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    • Manipulador para seus próprios interesses
    • Volátil, muda de posicionamento de acordo com as situações, somente para não se comprometer
    • Não interage com seus pares e equipe
    • Desconfiado
    • Centralizador, não delega
    Desvio de caráter devido à estrutura emocional fragilizada

    8

    12

    • Cria-se uma dependência patológica da equipe
    • Não traz assertividade em suas colocações, (fala,  mas, não diz)
    • Fica em “cima do muro” em todas as situações
    Desvio do comportamento sexual

    4

    7

    • Assédio sexual e moral

    A pesquisa é elaborada a cada três anos. Nessa edição, foram estudados o comportamento de 3500 profissionais que ocupam cargos de comando em médias e grandes corporações. No levantamento anterior, em 2013, foram feita 5000 avaliações.

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