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“Estamos muito otimistas com o real”, diz Sérgio Zanini, da Galapagos

Gestora aposta que alta da Selic abrirá um diferencial importante em relação aos juros americanos, o que torna o cenário favorável à moeda brasileira

Por Luisa Purchio Atualizado em 29 jul 2021, 12h28 - Publicado em 29 jul 2021, 09h31
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  • De uma maneira ou de outra, as perspectivas para o real são boas. Essa é a aposta de Sérgio Zanini, sócio e gestor da Galapagos Capital, companhia global de investimentos que tem mais de 3 bilhões de reais sob gestão. Tendo passado por diversas empresas do mercado financeiro, entre elas como diretor executivo da UBS Capital e chefe de transações de mercado internacional do Itaú BBA, Zanini contou a VEJA a estratégia da Galapagos a respeito do real e do dólar ante outras moedas globais.

    “Estamos comprados no real contra algumas outras moedas, porque acreditamos no fundamento da moeda em combinação com o diferencial de juros crescente, isso faz com que o real tenda a desempenhar melhor que seus pares”, diz ele. Em outras palavras, a perspectiva de alta da Selic até o final do ano, que foi revista para 7% por grande parte do mercado diante do aumento da inflação brasileira, torna o rendimento da moeda brasileira e outras emergentes superior ao do dólar, afinal, os juros americanos permanecerão próximos a 0% e 0,25% até o ano que vem, conforme vem sendo anunciado pelo Federal Reserve Bank.

    A Galapagos trabalha com dois possíveis cenários para o real e a concretização de cada um deles determinaria a velocidade da subida do real em relação ao dólar. A primeira delas é um aumento de 1 ponto percentual da taxa Selic na próxima reunião do Copom, prevista para a semana que vem, e a segunda é uma subida de 0,75 p.p., que vem sendo adotada nas decisões mais recentes da instituição.

    De qualquer forma, a análise é que a balança comercial brasileira crescente é mais um motivo para a valorização da moeda brasileira. “A pauta de exportação de commodities continua muito favorável. Mesmo com essa quebra de safra, as contas externas brasileiras estão em um cenário positivo porque se produz menos, mas o preço sobe”, diz ele.

    Dólar no mercado internacional

    Já para a moeda americana no cenário global, as apostas são de estabilidade. “Tendemos a ver menos oportunidades para apostar no DXY e mais nos juros dos títulos americanos de 10 anos”, diz ele. Nesta semana, o juro real americano fechou em nova mínima, impactado pela alta inflação nos Estados Unidos. Diante deste cenário, a expectativa é que, à medida que a economia for se recuperando da Covid-19 e a inflação se estabilizar no nível atual, de 9% anualizado, o BC americano vai subir o juros real levemente.

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