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Empresas tentam derrubar tabela do frete na Justiça

Setor produtivo alega inconstitucionalidade da norma que institui política de preços; AGU monitora, pelo menos, 40 ações judiciais

Por Estadão Conteúdo Atualizado em 13 jun 2018, 10h31 - Publicado em 13 jun 2018, 10h26
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  • Motoristas de carros de passeio e caminhoneiros enfrentam grande congestionamento logo após o pedágio na rodovia Anchieta, sentido Litoral, durante a manhã desta terça-feira (28). Um decreto da Prefeitura de Cubatão restringiu o acesso a dois pátios de estacionamento de caminhões que acessam o porto de Santos
    Para desobstruir rodovias durante a greve dos caminhoneiros, governo criou tabela com preço mínimo do frete (Nelson Antoine /Fotoarena/VEJA/VEJA/VEJA)

    Enquanto o governo discute uma nova tabela de preço mínimo do frete, empresas e associações entram com dezenas de ações na Justiça para derrubar o acordo fechado com os caminhoneiros, no fim de maio. A maioria alega inconstitucionalidade da Medida Provisória 832, que institui a política de preços do transporte rodoviário de cargas. Mas também há questionamentos em relação a outras medidas adotadas pelo governo para compensar os benefícios aos caminhoneiros, como a redução do Reintegra, programa de incentivo fiscal aos exportadores.

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    “No afã de ver cessar a greve e desobstruir as rodovias de todo o país, o Poder Público concedeu o que não poderia ter concedido e passou além de sua competência legal e constitucional”, avalia o sócio-fundador do escritório Azevedo Sette Advogados, Ordélio Azevedo Sette. Segundo ele, o acordo envolve, pelo menos, 11 questões que representam violações legais.

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    “As empresas fazem um planejamento contando com esses programas e decisões. Aí o governo altera a regra, a margem das empresas cai e o prejuízo aumenta”, diz Sette. O escritório já entrou com três ações na Justiça, sendo uma contra a redução do Reintegra. As outras contestam a implementação da tabela de preço mínimo do frete.

    Até terça-feira, 12, a Advocacia-Geral da União (AGU) estava monitorando 40 ações judiciais referentes à MP 832 e à Resolução da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) 5.820, que regulamenta o assunto. Do total, 12 ações são coletivas, propostas por associações representantes de empresas, e 18 estão suspensas por decisão do Tribunal Regional Federal da 5ª Região, que acolheu recurso da AGU em defesa das normas. Uma ação aguarda posicionamento do Supremo Tribunal Federal (STF).

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    A expectativa é que o número de ações aumente ainda mais nos próximos dias. O escritório Mattos Filho, por exemplo, deverá entrar nesta quarta-feira, 13, com uma ação contra o tabelamento do preço dos fretes. “Há clientes se articulando para contestar a medida, pois entendem que o governo não pode impor preços”, diz o sócio do escritório Mattos Filho, Bruno Werneck.

    No escritório Machado Meyer há entre 10 e 15 pedidos de análise sobre a constitucionalidade da MP. “Estamos em conversas com algumas associações de setores prejudicados pelas medidas”, afirma o sócio do Machado Meyer, Lucas Sant’Anna. “Entendemos que a fixação de preços para o setor privado é contra o direito de livre concorrência.”

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    Novas ações

    A Confederação Nacional da Agricultura (CNA) entrou na terça-feira, 12, com Ação Direta de Inconstitucionalidade (Adin) no STF questionando o tabelamento do frete. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) fará o mesmo nesta quarta-feira ou na próxima quinta, 14.

    A Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec) e a Associação Brasileira da Indústria de Óleos Vegetais (Abiove) também recorreram à Justiça alegando a inconstitucionalidade do tabelamento dos fretes e pedindo a impugnação administrativa da medida pela Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT).

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    “Não tem como ter um tabelamento fixo num setor regido pela Bolsa de Valores, que tem altas e baixas”, diz Sérgio Mendes, diretor-geral da Anec. “Ninguém é pão-duro, é que não pode existir uma medida dessas num regime de livre concorrência.”

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