Mais da metade das pessoas que contratam o serviço de empresas que prometem limpar o nome continuam inadimplentes, diz pesquisa realizada pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL). O porcentual chega a 60% dos casos, segundo os dados.
Entre os entrevistados que contrataram o serviço, 56% não sabe ao certo o quanto pagaram para as empresas e entre os que declararam ter noção do valor, 36% afirmaram ter pago quantias que vão até 1.000 reais.
O educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli, alerta que esse tipo de contratação pode ser um péssimo negócio. “Muitos consumidores são prejudicados por prestadores de serviço que prometem milagres e, muitas vezes, só geram mais transtornos. Não apenas falham em limpar o nome, como ainda trazem prejuízo financeiro. Em diversos casos, os prestadores podem ser uma fraude”.
Dentro do percentual de trabalhadores que não tiveram o problema resolvido, 37% não conseguiu recuperar o dinheiro gasto, outros 34% tiveram apenas parte da cobrança reembolsada.
A pesquisa ainda aponta que 33% dos trabalhadores contrataram o serviço por empresas que conheceram pela internet, outros 31% receberam indicação de amigos e parentes.
O SPC Brasil ressalta que não existe a possibilidade de um devedor retirar o nome do cadastro de inadimplentes sem que a dívida seja paga ou renegociada com o credor e que para isso, não há obrigação de pagamento de taxas, como fazem alguns intermediários.
“Existem empresas sérias que fazem assessoramento para devedores, mas esse é um tipo de serviço dispensável para quem está com dívidas. É tentador para quem está pressionado por dívidas acreditar que da noite para o dia a inadimplência vai desaparecer. Porém, isso não existe”, afirmou a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.
O levantamento ainda destaca que, do total de entrevistados, 48% se arrependem do serviço contratado para se livrar das dívidas.