Empresários estão costurando um documento de protesto contra as medidas de austeridade fiscal do governo brasileiro. Liderado pela Associação Brasileira de Máquinas e Equipamentos (Abimaq), o grupo reúne 39 entidades da indústria e as principais centrais sindicais. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) e os empresários do setor de construção pesada podem aderir ao movimento na semana que vem, encorpando as críticas.
No documento, chamado de “Manifesto da Coalização Capital-Trabalho para a Competitividade e o Desenvolvimento”, os manifestantes cobram medidas para ajudar a indústria, alegando que a competitividade da indústria de transformação “está sendo destruída”. Isso porque o país vive, segundo eles, um momento de juros elevados, câmbio ainda valorizado, carga tributária elevada e cumulatividade de impostos.
“A indústria de transformação tem a maior carga tributária entre todos os setores da economia, pois de tudo o que produz 45% viram impostos”, disseram as entidades no documento.
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Indústria de transformação
São atividades que transformam a matéria-prima em um produto final ou intermediário para outra industria de transformação. Exemplo: refinarias de petróleo, petroquímicas, siderúrgica, entre outras.
O grupo pede também mais desonerações de impostos, o oposto do que a equipe econômica da presidente Dilma Rousseff está fazendo neste ano, visando o equilíbrio fiscal.
Na semana passada, o governo anunciou a elevação do tributo sobre o faturamento das empresas antes beneficiadas com a desoneração da folha de pagamentos. O texto foi devolvido pelo presidente do Senado, Renan Calheiros, movimento que gerou um mal-estar político e econômico. Os investidores questionam se o governo vai conseguir fazer os ajustes fiscais necessários. Reagindo a essas preocupações, o dólar bateu 3 reais na quarta-feira e a bolsa de valores caiu.
Entidades – Assinam o manifesto o Instituto Aço Brasil, Abimaq, Associação Brasileira da Indústria Têxtil e de Confecção (Abit), União da Indústria da Cana-de-açúcar (Unica), Organização Nacional da Indústria do Petróleo (Onip) e Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), entre outras.
Do lado dos trabalhadores, participam do documento a Central Única dos Trabalhadores (CUT), Força Sindical, União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Central de Trabalhadores do Brasil (CTB), além dos maiores sindicatos do país, como o dos Metalúrgicos do ABC e dos Metalúrgicos de São Paulo.