A medida do presidente americano Donald Trump de sobretaxar em 25% suas importações de aço prejudica fortemente as exportações do Brasil, que é o segundo maior fornecedor em volume daquele mercado. A decisão é uma promessa de campanha do presidente para a indústria siderúrgica local.
O principal argumento de integrantes do governo brasileiro e da indústria siderúrgica nacional para tentar livrar o produto nacional da limitação é que 80% do que o Brasil exporta para o mercado americano são produtos semiacabados de aço. Ou seja, são insumos para a própria indústria siderúrgica local, que Trump quer proteger. Além disso, dada a complementaridade das cadeias produtivas, o produto brasileiro não representa risco à indústria local, nem à segurança dos Estados Unidos.
Outro ponto levantado pelos brasileiros é que a indústria siderúrgica nacional utiliza carvão americano na sua produção. Ou seja, a restrição prejudicaria os dois lados do comércio.
Os Estados Unidos importaram 36 milhões de toneladas de aço em 2017. Canadá, Brasil e Coreia do Sul são os principais fornecedores ao país norte-americano. Mas esse volume representa menos de 8% do mercado mundial de aço, que negociou volumes de 473 milhões de toneladas durante o ano.
Ao aprovar a criação das tarifas, Trump afirmou que as indústrias americanas do aço e do alumínio tinham sido “devastadas por agressivas práticas comerciais estrangeiras”. “Realmente é um ataque ao nosso país”, continuou. “Eu venho falando disto há muito tempo, muito antes de minha carreira política.”
O presidente americano, Donald Trump, decidiu nesta quinta-feira (8) impor tarifas alfandegárias de 25% às importações de aço e de 10% às de alumínio. As tarifas entrarão formalmente em vigor no prazo de quinze dias.
Inicialmente estão isentos Canadá e México, mas possivelmente terão alternativas para outras nações, afirmou uma autoridade do governo de Trump.