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Dólar volta a superar R$ 5,40 com receios na frente fiscal no Brasil

Moeda americana alcançou o maior valor desde janeiro de 2023. Falas do presidente Lula e enfraquecimento de Haddad tensionaram mercado

Por Juliana Machado Atualizado em 12 jun 2024, 18h06 - Publicado em 12 jun 2024, 18h05
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  • Real/Dólar
    Real/Dólar (Vanderlei Almeida/AFP/AFP)

    Por mais um dia, o mercado de câmbio deixou um sabor amargo para os investidores que confiaram na força do real. O dólar comercial terminou o dia com uma alta de 0,86%, vendido a 5,407 reais, após ter encostado na faixa dos 5,43 reais ao longo do dia. Trata-se do maior fechamento da moeda americana desde janeiro de 2023, quando atingiu a faixa dos 5,45 reais. O Ibovespa fechou em queda de 1,40%, aos 119 mil pontos.

    No começo do dia, investidores chegaram a se animar e se movimentar para ativos de maior risco após os dados do índice de preços ao consumidor americano (CPI, na sigla em inglês) mostrarem um comportamento equilibrado, o que abre margem para cortes de juros nos Estados Unidos ainda este ano. No entanto, esse movimento perdeu força ao longo do dia, e o dólar passou a ganhar terreno contra o real devido a, mais uma vez, motivos políticos domésticos.

    Nesta tarde, em evento no Rio de Janeiro, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva deu novas declarações que desagradaram participantes do mercado. Lula reforçou que o país precisa de um equilíbrio fiscal e de reformas, como a tributária, mas voltou a enfatizar que uma taxa de juros mais baixa e o aumento da arrecadação permitirão a realização de investimentos públicos — o mercado espera do governo dê sinais de mais controle de despesas e compromisso com menos gastos.

    Além disso, operadores de mercado citam como uma derrota para o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a devolução ao presidente Lula de trechos da Medida Provisória (MP) do PIS-Cofins. A devolução, feita ontem pelo presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), é vista como ruim para o governo porque Haddad tem planos de que a MP cubra perdas na arrecadação devido à manutenção da desoneração da folha de pagamentos — a MP do PIS-Cofins impõe restrições a compensações de créditos do imposto.

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    “A gente viu o CPI em linha com esperado, mas logo depois a coisa virou. Basicamente, é o lado fiscal voltando a preocupar. Sem a MP de PIS-Cofins passando no Senado, temos menos arrecadação para o governo, o que significa que um rombo maior nas contas públicas e uma pressão para gastar menos”, afirma Fernando Brescanni, analista de investimentos do Andbank.

    Na frente internacional, os investidores acompanharam a decisão do Federal Reserve, que manteve por mais uma vez os juros no país inalterados. A decisão veio acompanhada mais uma vez de receios de que a taxa de juros do país permaneça mais alta por mais tempo — o que reduz o interesse de investidores estrangeiros por mercados considerados mais arriscados, como os emergentes, e eleva a procura pela renda fixa americana.

    Na coletiva de imprensa conduzida logo após a divulgação da decisão do Fed, o presidente da autoridade, Jerome Powell, afirmou que as previsões de um ou dois cortes dos juros americanos ainda este ano “são plausíveis”, mas reforçou que as decisões futuras dependem de dados e que a inflação segue elevada e fora dos 2% estabelecidos como meta de longo prazo. Após a coletiva, o Índice Dólar DXY, que mede o retorno da moeda americana frente a uma cesta de divisas globais, cedeu 0,47%, a 104,73 pontos.

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