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Dólar volta a subir e vai a R$ 5,66 após novas críticas de Lula ao BC

Falas do presidente tensionam o mercado de câmbio e durante o dia e a moeda americana chegou a flertar com os R$ 5,70. Bolsa fechou em leve alta

Por Luana Zanobia Atualizado em 2 jul 2024, 18h04 - Publicado em 2 jul 2024, 17h33
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  • O dólar comercial voltou a subir e bateu os 5,665 reais, renovando seu maior valor desde janeiro de 2022. A moeda chegou a atingir 5,70 reais durante o pregão, mas fechou com uma alta menor, de 0,22%. Novamente, a cotação da moeda teve como impulso declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que voltou a criticar o Banco Central (BC). O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, encerrou o dia em alta de 0,08%, aos 124 mil pontos.

    No ano, o dólar acumula uma desvalorização de 14,7%.

    A grande questão para o mercado é que as falas do presidente aumentam a percepção de risco fiscal. “Na minha opinião, a insistente despreocupação do governo com o déficit fiscal faz com que os investidores sigam retirando a moeda estrangeira do país. Isso a torna mais escassa e, consequentemente, mais cara. Por isso, temos o dólar subindo”, observa Felipe Castro, sócio da Matriz Capital.

    Na avaliação de Alexandre Nishimura, sócio da Nomos, o dólar e os juros seguiram pressionados pelas falas do presidente Lula contra o BC, gerando estresse para o real e aumentando as incertezas sobre o cenário fiscal, ampliadas pela declaração da ministra do Planejamento, Simone Tebet, de que não vê necessidade de contingenciamento no momento. “Apesar disso, o Ibovespa conseguiu neutralizar a pressão do avanço dos juros futuros e do cenário de aversão ao risco, graças ao avanço das commodities e das exportadoras”, avalia.

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    Os papéis do setor bancário se valorizaram, sendo considerados mais seguros e estáveis em uma sessão marcada por ruídos entre o governo e o Banco Central. As ações do setor de frigoríficos, devido à sua característica exportadora, se destacaram em alta, impulsionadas pelo aumento do dólar ante o real. As ações das petroleiras acompanharam a alta da commodity no mercado internacional.

    Entre as maiores altas do dia, destacam-se PetroRecôncavo, Minerva Foods e SLC Agrícola. Nas maiores quedas do dia, estão Cogna, São Martinho e CVC. A empresa de educação desvalorizou, aprofundando a tendência de baixa observada desde o início do ano e devolvendo parte dos ganhos de sessões anteriores, em um movimento técnico de realização de lucros, sem novidades que alterem suas perspectivas futuras. O grupo sucroenergético caiu após o pagamento de dividendos. Já a empresa de turismo viu seu valor de mercado encolher devido à contínua queda de confiança dos investidores, acumulando uma desvalorização superior a 50% no ano.

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