O dólar comercial fechou nesta segunda-feira, 15, cotado aos R$ 3,76 na venda, em alta de 0,5% — a primeira em seis pregões — com a realização de lucros após uma semana de alta no câmbio e seguindo uma tendência de volatilidade. Já o Ibovespa fechou quase estável aos 103.802 pontos, queda de 0,10%.
Com o noticiário interno parado, já que a reforma da Previdência — principal pauta para os investidores — segue sem grandes novidades, o mercado seguiu o movimento externo. A votação, em segundo turno, da proposta que modifica as regras de aposentadoria dos civis no plenário da Câmara dos Deputados deve ocorrer apenas na volta do recesso parlamentar, em 6 de agosto.
Para analistas de mercado, a alta do dólar é fruto de um ajuste, depois de a moeda brasileira ter encabeçado a lista de ganhos por várias sessões, diante do otimismo com o andamento da reforma. Apesar do viés de dólar forte no exterior, o real figurava nesta sessão entre as moedas de pior desempenho, na vice-liderança das perdas, melhor apenas que o peso argentino.
Segundo Sidnei Nehme, diretor da NGO Corretora de Câmbio, a alta desta segunda segue uma tendência de volatilidade.” O mercado está sem uma tendência uma efetiva, porque o otimismo que existia em relação à reforma da Previdência não se consolida na prática”, afirma ele.
Para ele, mesmo notícias positivas no cenário externo, como a expectativa pela queda nos juros dos Estados Unidos, não devem ter o impacto esperado. Afirmações na semana passada do presidente do Federal Reserve (Fed, o Banco Central dos EUA), Jerome Powell, indicam que a próxima reunião do colegiado, em 30 e 31 de julho, deve ser de corte — o primeiro em dez anos. Atualmente, os juros estão entre 2,25% e 2,5% no país.
“Se o Fed reduz a taxa, a tendência seria vir dinheiro para o Brasil. Mas com que perspectiva? O viés do Brasil é de queda do PIB (Produto Interno Bruto). Nós precisamos resolver esse problema aqui antes, se não vamos ficar trancados”, completa o diretor.
Nesta segunda, o mercado voltou a diminuir a projeção de crescimento para 2019, pela 20° semana seguida. A expectativa, que em janeiro atingiu 2,53%, é agora de 0,81%. Na sexta, o governo também previu um PIB de 0,81% para o ano. Em maio, a estimativa da equipe econômica era de 1,6%.
(Com Reuters)