O dólar está caindo mais de 1% nesta quinta-feira, a 3,98 reais. A moeda americana não fica abaixo de 4 reais desde 20 de agosto, quando encerrou o dia vendida a 3,96 reais. A queda está sendo influenciada pela consolidação do cenário eleitoral e perspectiva de aumento da Selic. A bolsa brasileira também sente os efeitos do bom humor, com alta de 1,43%, a 79.758 pontos.
Na avaliação do economista-chefe da corretora Spinelli, André Perfeito, existe uma expectativa de início de aumento da taxa de juros já na primeira reunião do Copom após o segundo turno eleitoral. “Quando o investidor compra dólar, ele está comprando juros. O Brasil é um dos únicos emergentes que ainda não elevou juros”, disse.
Segundo ele, o mercado percebeu também que o dólar não ia muito além desse patamar de 4 reais e de que o BC não iria intervir muito mais para segurar a moeda. “Não havia muito mais força para o dólar subir.”
No caso da bolsa, Perfeito diz que os ativos brasileiros estavam muito baratos. “Em dólar, nossa bolsa se desvalorizou 13% no ano, foi a maior entre a dos países emergentes. O investidor olhou para nosso mercado e viu boas oportunidades.”
Um analista da Mirae Asset Corretora faz outra interpretação do cenário político. Para ele, o mercado está positivo hoje porque Bolsonaro vem se mantendo à frente de Haddad. Já Perfeito entende que há chances de Bolsonaro não se sair tão bem. “A rejeição a ele é muito grande. O que parece é que não é que o Haddad vai ganhar, mas a de que Bolsonaro vai perder.”