José Donizete de Matos, de 48 anos, trabalhou por mais de duas décadas no setor de segurança privada. Em 2014, quando ocupava um cargo de supervisor, foi demitido. A empresa em que trabalhava foi envolvida no escândalo da operação da Lava-Jato e decretou falência. A derrocada no orçamento familiar empurrou Donizete para o setor informal. Por um tempo, encontrava apenas “bicos”. Foi então que decidiu arriscar. Fez um empréstimo com um parente e abriu uma cafeteria, cuja especialidade é a venda de bolos. O negócio, na zona norte de São Paulo, prosperou e a mulher dele, que era policial militar, deixou a carreira pública para ajudar o marido na loja.
É possível que a recessão na economia brasileira tenha chegado ao fim, mas a retomada será vagarosa. O desemprego permanecerá elevado até que os empresários percebam que a recuperação é para valer e voltem a contratar. O Brasil corre o risco de perder boa parte do avanço da última década no mercado formal de trabalho. Encontrar uma oportunidade é especialmente difícil para duas categorias: os que têm pouca experiência na área e os mais velhos, que atuam em áreas ultrapassadas pela tecnologia. Para os desempregados experientes, um caminho comum é abrir um negócio próprio, como Donizete, ou prestar serviços de consultoria. O ano pode não inspirar entusiasmo, mas, diante do calamitoso 2016, mal se pode esperar a hora de ele começar de verdade.
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Com reportagem de Giovanni Magliano
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