Enquanto a Boeing segue tentando resolver seus problemas com o Max 737 e amargando prejuízos, a Airbus aposta em um avião que parece ter saído de um filme de ficção. O protótipo batizado de Maveric, apresentado na Singapore Air Show 2020, substitui o tradicional tubo com asas pela fuselagem integrada. A aeronave, no estilo ‘Star Wars’ não tem janelas e o corpo é uma gigantesca asa.
Segundo a fabricante europeia, o design tecnológico deve reduzir em até 20% o consumo de combustível, além de ter a cabine mais espaçosa, melhorando a experiência do passageiro que viaja por longas distâncias.
A Airbus classifica o protótipo como radical e afirma que, inicialmente, alguns engenheiros da empresa não acreditaram da inovação e viam o projeto apenas como um hobby. “Tivemos que provar que estavam errados, mostrando que poderíamos fornecer uma base muito sólida para futuras configurações de aeronaves”, disse Adrien Bérad, co-diretor do projeto.
O Maveric tem dois metros de comprimento e três metros de largura e é considerado pela fabricante um demonstrador de aeronaves de controle remoto e em pequena escala. O protótipo teve testes realizados testes em túneis de vento para verificar a aerodinâmica, No primeiro semestre de 2020, o Maveric fará voos de demonstração ao redor do mundo, em uma jornada de avaliação da aceitação do público. Só após todos os testes é que a companhia deve desenvolver um plano para produção do modelo para a aviação comercial.
Disputa
Enquanto a Airbus pensa em passos para o futuro, a sua concorrente, Boeing, segue sem solução para o 737 MAX. Não há data para o modelo voltar a ser fabricado e os prejuízos estimados para a empresa são de ao menos 25 bilhões de dólares. A aeronaves estão impedidas de voar em todo o mundo após dois acidentes que deixaram 346 mortos em 2019.
No Brasil, a Gol tinha planos de substituir quase metade da frota pelo novo modelo, mas conta com sete equipamentos parados porque a fabricante americana segue encontrando problemas nos softwares do avião, que pode causar falhas graves.
O problema é tão grande que a empresa não registrou nenhuma nova encomenda de avião em janeiro, fato que ocorre pela primeira vez para o mês desde 1962. Enquanto isso, a Airbus divulgou que recebeu em janeiro o maior número de pedidos de aeronaves em 15 anos: ao todo, foram encomendados 274 aviões.