Enquanto o coronavírus se alastra pelo país, a economia já começa a apresentar os primeiros sinais da contaminação. O Ministério da Economia divulgou, nesta segunda-feira, 16, um balanço das exportações e importações do país nas primeiras semanas de março — e os resultados não são nada animadores. A média das exportações da segunda semana do mês somou 770 milhões de dólares, 20% abaixo da média de 962 milhões de dólares registrada na primeira semana de março. Os resultados foram impactados pela queda nas exportações da exportação de 33,9% de semimanufaturados, pelo recuo de 21,5% nos embarques de petróleo e derivados, soja, minério de cobre e milho. A exportação de manufaturados caiu 11,6% na comparação entre as duas semanas — impactados pela venda de aviões, automóveis, ferro e aço e motores.
Os resultados brasileiros denotam a piora do cenário global em relação à doença. Então epicentro daquilo que se tornaria uma pandemia de coronavírus, a China assistiu sua produção industrial do país despencar no ritmo mais forte em três décadas nos dois primeiros meses do ano. A indústria caiu 13,5% em janeiro e fevereiro na comparação com o mesmo período do ano anterior. Foi o resultado mais fraco desde janeiro de 1990 — dados que, evidentemente, têm impacto direto nas exportações e importações brasileiras. Por lá, indústrias e fábricas chegaram a ficar paralisadas para evitar o avanço do vírus, o que impactou a demanda por produtos básicos brasileiros e desaqueceu os envios para o Brasil.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o total de casos na China é de 81.048, país com mais infectados. O número de mortes causado pela doença chegou a 3.208. Segundo o governo chinês, o pico do surto já foi superado. Nesta segunda, subiu de 200 para 234 o número de casos confirmados no Brasil. De acordo com levantamento do Ministério da Saúde, 2.064 pessoas são monitoradas por suspeitas de estarem infectadas.