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Coronavírus muda padrão de consumo do brasileiro

De 16 a 22 de março, venda do varejo cresce 23% em relação à semana anterior; segundo a Nielsen, houve procura maior por itens que não faziam parte da cesta

Por Diego Gimenes
Atualizado em 30 jul 2020, 19h25 - Publicado em 8 abr 2020, 19h43
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  • As mudanças impostas à sociedade com a chegada da pandemia do novo coronavírus já mostram reflexos no comportamento do consumidor. Entre os dias 16 e 22 de março, as vendas totais do varejo brasileiro apresentaram alta de 23,3% na comparação com a semana anterior, impulsionadas por itens de alimentação e limpeza, segundo levantamento realizado pela Nielsen Brasil. Os brasileiros foram às compras para garantir os produtos necessários para enfrentar a quarentena imposta pelos governantes.

    Segundo a pesquisa, que mostra as vendas de aproximadamente 150 estabelecimentos de varejo no país, todos os itens da cesta de commodities tiveram suas vendas aumentadas em pelo menos 35%. Chamam a atenção as altas do arroz (94%), feijão (101%), leite (72%) e açúcar (60%). O movimento dos consumidores nos supermercados  teve o objetivo de abastecer e estocar esses produtos, para evitar novas idas aos estabelecimentos.

    “Já percebemos mudanças efetivas no padrão de consumo dos brasileiros. A primeira a se destacar é o crescimento significativo no volume de compras totais na terceira semana do mês, o que é atípico. Além disso, identificamos uma procura maior por produtos que antes não tinham grande participação nas cestas”, explicou Fernanda Vilhena, gerente de atendimento ao varejo da Nielsen Brasil.

    Os itens de limpeza também tiveram expressiva procura na semana pesquisada pelo instituto. O volume de vendas de luvas obteve crescimento de 122%. Produtos como álcool de limpeza, desinfetantes e água sanitária apresentaram respectivas altas de 97%, 80% e 54%.

    A cesta de higiene e beleza, em geral, aumentou as vendas em 21,5% na terceira de semana de março, na comparação com a segunda. A procura por esponjas, escovas e toucas disparou 134,7%, segundo o levantamento. A demanda por papel higiênico, sabonetes e cremes dentais também obteve expressivo crescimento, de 76,1%, 60,7% e 45,4%, respectivamente.

    Na contramão desse crescimento, o setor de bebidas teve um recuo de vendas na casa dos 6% na semana pesquisada. Para Vilhena, isso mostra uma mudança no padrão de compras. “Houve nesse período um aumento significativo nas vendas de sucos em pó (40%) e sucos concentrados (35%), evidenciando a preocupação do consumidor com um desembolso menor na aquisição de bebidas”, pontua.

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