As contas do governo central registraram um déficit de R$ 38,8 bilhões em junho de 2024, apesar do crescimento de 5,8% nas receitas. Mesmo com o aumento na arrecadação, as despesas continuam elevadas, com um ligeiro aumento de 0,6%. Esse cálculo inclui as contas do Tesouro Nacional, da Previdência Social e do Banco Central.
No mesmo mês de 2023, o déficit foi de R$ 45,1 bilhões e em maio deste ano, foi registrado um déficit de R$ 61 bilhões. Em 12 meses, as contas do governo central acumulam um rombo de R$ 260,7 bilhões, o que corresponde a 2,29% do PIB.
Nos últimos 12 meses até junho de 2024, o déficit dos sistemas de previdência (RGPS) e das pensões para funcionários públicos e militares inativos chegou a R$ 455,8 bilhões, representando 4,3% do PIB. Esse aumento significativo no déficit previdenciário, de R$ 71,6 bilhões em relação ao mesmo período do ano anterior, se deve ao crescimento de R$ 101,6 bilhões nos gastos com benefícios previdenciários, enquanto a arrecadação da previdência aumentou apenas R$ 30 bilhões.
O aumento nas despesas com benefícios previdenciários é um dos principais fatores por trás do crescente déficit. Embora a arrecadação tenha mostrado um crescimento, não foi suficiente para acompanhar o aumento nos gastos.
“É preciso colocar em perspectiva o processo de recuperação fiscal. O Brasil vem de déficits crescentes, cada ciclo teve justificativa, não estou fazendo juízo de valor, mas são os resultados fiscais efetivos”, disse o secretário do Tesouro Rogério Ceron.