A menos de duas semanas da segunda data mais importante para o varejo, o Dia das Mães, 73% dos brasileiros declararam que pretendem comprar presentes. Ainda assim, parte dos entrevistados, 27%, pretendem disseram que vão gastar menos do que em 2016, segundo pesquisa da Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL).
Ainda de acordo com o levantamento, serão 14 bilhões de reais injetados na economia dos setores de comércio e serviços. Em média, o brasileiro deve gastar em torno de 127 reais com os presentes. Outros 52% dos consumidores, entretanto, informaram não saber o quanto irão gastar. Do total, 63% pretendem comprar apenas um presente.
Entre os 109 milhões de brasileiros que pretendem gastar algum valor com a data comemorativa, apenas 10% têm a intenção de desembolsar mais com os presentes ante o ano passado, e 38% querem gastar a mesma quantia. Os que não vão às compras representam 25% da amostra, ainda há 2% de trabalhadores indecisos.
“Há alguns sinais ainda incipientes de que o varejo deve iniciar uma trajetória lenta de recuperação a partir deste semestre. O Dia das Mães servirá de termômetro para confirmar ou não essa expectativa. De modo geral, a pesquisa demonstra que o brasileiro está cauteloso, mas ainda disposto a não deixar a data passar em branco”, afirma o presidente da CNDL, Honório Pinheiro.
Para os consumidores que vão diminuir os gastos com o Dia das Mães, 46% afirmam que a causa é a necessidade de economizar. A dificuldade financeira foi citada em 29% das respostas. Em seguida, as justificativas foram o cenário econômico instável e aumento da inflação (23%) e o endividamento (14%).
Dentre a minoria, que quer aumentar os gastos com presentes, o desejo de comprar um produto melhor (43%) e o encarecimento dos presentes (40%) são os motivos mais mencionados. Apenas 20% disseram que vão gastar mais porque tiveram melhoria na renda.
A maioria dos consumidores deve pagar o presente à vista, sendo que em 58% dos casos o pagamento será em dinheiro e em 6%, no cartão de débito.
Neste ano, os produtos mais procurados serão as roupas (26%), perfumes (20%), calçados (11%), cosméticos (8%) e flores ou chocolates (7%). Produtos com custo mais elevado, como eletrodomésticos e smartphones, tiveram apenas 5% e 3%, respetivamente, das preferências.
A pesquisa ainda revela que os entrevistados manifestaram a intenção de presentear não apenas as próprias mães, citadas por 71%, como também as esposas (16%), sogras (11%), filhas (6%) e avós (6%).
Dívidas
Mesmo entre os consumidores que pretendem comprar algum presente, o endividamento é uma questão forte: 28% dos entrevistados, ou três em cada dez, declararam ter contas em atraso, 12% admitiram ter o hábito de gastar mais do que podem para presentear as mães e 3% chegaram a ficar com o nome sujo por causa das compras realizadas na mesma data do ano passado.
“O consumidor precisa fazer com que o presente caiba no orçamento. Antes de sair para as compras é essencial que ele analise suas contas e seus gastos básicos e defina com clareza o quanto pode gastar. A pesquisa de preços é uma grande aliada nesses momentos e será realizada por 75% dos compradores neste ano, pelo que apontou o nosso estudo”, explica a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti.