Companhias aéreas com voos para Kiev, a capital da Ucrânia, estão cancelando partidas agendadas pelo temor crescente de uma invasão russa ao país vizinho. A partir desta terça-feira, 22, a empresa francesa Air France deixa de voar para Kiev. Segundo comunicado da empresa, a suspensão é uma “medida de precaução”. Segundo o site de controle aéreo Flight Aware, vinte decolagens e vinte pousos foram cancelados entre terça-feira da semana passada e esta terça. O Aeroporto Internacional de Kiev Boryspil é o maior do país e concentra 65% do tráfego aéreo ucraniano.
“A Air France reavaliará regularmente a situação e lembrará que a segurança de seus voos, clientes e tripulações é um imperativo absoluto”, disse a companhia em comunicado na segunda-feira. Com a decisão, a Air France se junta à alemã Luftansa. No sábado, a empresa informou que suspenderia os voos para Kiev e Odessa, uma cidade portuária do sul, até o final de fevereiro.
Swiss International Air Lines, Eurowings e Austrian Airlines, que fazem parte do Grupo Lufthansa, também suspenderam voos até o final do mês. “A segurança de nossos passageiros e tripulantes é nossa principal prioridade em todos os momentos. Devido à situação atual na Ucrânia, as companhias aéreas do Lufthansa Group estão suspendendo seus voos regulares para Kiev e Odessa”, disse a companhia em comunicado. Os voos do Grupo Lufthansa para Lviv, localizado no oeste da Ucrânia, continuarão funcionando normalmente. Os Estados Unidos transferiram sua embaixada de Kiev para Lviv na semana passada. O Grupo Lufthansa, que normalmente opera 94 voos de e para a Ucrânia todas as semanas, disse que remarcaria os passageiros afetados para rotas alternativas.
A holandesa KLM foi a primeira grande companhia aérea internacional a interromper voos à Ucrânia e não voa para a capital do país desde o último dia 12. As companhias aéreas brasileiras Latam, Azul e Gol, não operam rotas diretas para a Ucrânia.
Em 2014, 298 pessoas a bordo de um voo da Malaysia Airlines de Amsterdã para Kuala Lumpur morreram quando o avião foi abatido sobre o leste da Ucrânia. Uma investigação das autoridades holandesas concluiu que um lançador de mísseis pertencente ao exército russo foi usado no ataque. A Rússia negou repetidamente qualquer envolvimento.