O crescimento acelerado da tecnologia tem provocado mudanças radicais em fábricas de todo o mundo. Das linhas de montagem saem produtos inovadores e customizados em curtos períodos de tempo. É o avanço da indústria 4.0, em que as atividades recorrentes começam a ser realizadas por máquinas, enquanto aparece a demanda por um novo tipo de profissional. Um estudo feito pelo SENAI aponta o surgimento de pelo menos 30 novas carreiras – como técnico em impressão de alimentos ou projetista para tecnologias 3D – em um período de cinco a dez anos, em oito áreas diferentes.
Todos esses especialistas deverão ser capazes de ir além e desenvolver habilidades como inovação, empreendedorismo, agilidade na resolução dos problemas e capacidade de tirar proveito da tecnologia. “A tendência é que as novas ferramentas poupem as pessoas do trabalho com repetição, o que cria oportunidades para interpretação de dados e tomada de decisões mais avançadas a partir de inteligência artificial. Tudo isso vai propiciar novas formas de ocupação”, diz Rafael Lucchesi, diretor-geral do SENAI.
Veja o caso de Rafael Oening, 24 anos, que já está no mercado do futuro com o cargo de analista de devops. “É uma junção de dois profissionais da área de TI: o de desenvolvimento e o de infraestrutura”, explica. Ele trabalha com armazenamento e gerenciamento de informações na nuvem em um website de locação de automóveis em Curitiba (PR). Para ele, as formações que teve no SENAI foram essenciais para a construção de sua carreira. Cursou aprendizagem em manutenção de computadores e, depois, fez cursos técnico e superior em redes de computadores.
Marcelo Minutti, professor de inovação e futuro dos negócios do IBMEC/DF, explica que as mudanças no mercado de trabalho sempre aconteceram na história da humanidade, mas a internet deu velocidade às inovações, o que torna carreiras obsoletas com mais rapidez. “O profissional nunca deve parar de estudar”, afirma.
As empresas também devem estar preparadas para receber esses novos especialistas. Por isso, é essencial que os líderes se reciclem e busquem desenvolvimento contínuo. “Pela falta de conhecimento, as tendências assustam à primeira vista. É preciso saber quais tecnologias estão surgindo e qual o impacto delas em cada negócio”, afirma Hugo Kitagawa, diretor industrial da Rhodia, empresa do grupo químico Solvay.
Para entender os desafios e oportunidades desse novo mercado, Kitagawa investiu em um Master in Business Innovation (MBI) em indústria avançada, promovido pelo SENAI-SC. Por meio de aprendizagem assistida, imersões presenciais nacionais e uma internacional, o curso fornece subsídios para que gestores possam idealizar, planejar e implantar tecnologias que possibilitem maior competitividade, a partir da melhoria de processos e do desenvolvimento de produtos e de novos modelos de negócios.