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Como a falta de chuvas afetou diretamente o PIB do 2º tri

Seca levou a um crescimento de apenas 0,5% da agropecuária no melhor trimestre do ano para o setor; expectativa é que milho leve a alta no último trimestre

Por Luisa Purchio Atualizado em 1 set 2022, 14h36 - Publicado em 1 set 2022, 13h34
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  • Divulgado nesta quinta-feira, 1º, o PIB do segundo trimestre de 2022 cresceu 1,2% em relação ao primeiro trimestre, com ajuste sazonal. Os números vieram acima da expectativa do mercado, mesmo com os resultados da agropecuária fortemente atingidos pelas intempéries climáticas. O agronegócio é um setor fundamental para a economia brasileira e que costuma ter uma contribuição relevante no índice principalmente no segundo trimestre. No principal período de exportação da soja, a agropecuária cresceu apenas 0,5%.

    “Foi um número bom, mas poderia ter sido maior. Se não tivéssemos observado uma quebra tão grande na safra de soja teríamos um crescimento mais agressivo que infelizmente não foi possível por falta de chuva”, diz Matheus Pereira, diretor e consultor de mercado da Pátria Agronegócios. A seca atingiu diversas regiões do país, como Paraná, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Goiás.

    A expectativa de que a safra de 2021/2022 teria a maior produção de soja da história, de 145 milhões de toneladas, foi frustrada. A produtividade foi cortada em 22 milhões de toneladas e a colheita foi de aproximadamente 123 milhões de toneladas de grãos. “Perdemos muita participação da agropecuária no nosso PIB com a maior quebra em números absolutos da soja na história do Brasil “, diz Pereira.

    Expectativa de recuperação para o quarto trimestre

    A expectativa para o setor é mais otimista para o último trimestre do ano, quando pesam na balança comercial a venda de cereais como milho, cuja demanda cresceu com o conflito entre a Rússia e a Ucrânia, responsáveis por quase 30% da exportação de cereais do planeta. Grandes consumidores como Europa, norte da África e sudeste da Ásia foram impedidos de continuar adquirindo o cereal russo ou ucrânio e vieram buscar mercado nas Américas.

    A favor do Brasil pesa ainda o fato de que a desvalorização do real torna o milho barato para os compradores internacionais, fazendo com que o país seja um grande funil de concentração de demanda por milho. “Neste terceiro trimestre, podemos esperar uma estagnação, mas no último trimestre do ano podemos ter um crescimento do PIB decorrente de uma demanda maior pela exportação do nosso cereal”, diz Pereira.

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    O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) estimam que haverá uma recuperação da produção e uma “safra recorde este ano”, após os problemas climáticos que afetaram a safra no início de 2022.

     

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