O presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, rompeu o silêncio nesta quarta-feira (21) sobre o escândalo do uso de dados pessoais da rede social por uma consultoria de política. Ele disse que a empresa de mídia social cometeu erros que permitiram que os dados de seus usuários acabassem com a empresa de Cambridge Analytica.
“Temos a responsabilidade de proteger seus dados, se não pudermos, não merecemos servi-los”, escreveu Mark Zuckerberg em sua primeira reação pública desde que o escândalo veio à tona.
Zuckerberg disse que serão feitas mudanças para evitar que esse tipo de erro volte a acontecer. “Tenho trabalhado para entender exatamente o que houve e como assegurar que não aconteça de novo”, destacou. “As medidas mais importantes para evitar que isto aconteça novamente já foram tomadas anos atrás, mas nós também cometemos erros, há mais [trabalho] a fazer.”
No final da carta, ele afirma que está “comprometido em fazer o que for necessário para proteger nossa comunidade. Embora esse problema específico envolvendo a Cambridge Analytica não possa acontecer com novos aplicativos atualmente, isso não muda o que aconteceu no passado. Nós vamos aprender com essa experiência para manter nossa plataforma segura e tornar nossa comunidade mais segura para todos no futuro.”
O escândalo trouxe repercussões políticas para o Twitter. Autoridades americanas e da Europa defenderam que o caso fosse investigado. O Parlamento britânico convocou Zuckerberg a dar explicações. O cofundador do aplicativo Whatsapp, Brian Acton, iniciou a campanha pelo fim do Facebook. Em postagem no Twitter nesta terça-feira, ele escreveu: “It’s time. #deletefacebook” (É hora. #deletefacebook).
A campanha começou depois que o jornal The New York Times revelou que a Cambridge Analytica, consultoria que participou da campanha de Donald Trump ao governo dos Estados Unidos, obteve dados de 50 milhões de usuários do Facebook. A consultoria teria usado dados da rede social para ajudar Trump a vencer a eleição em 2016. A companhia afirma ser inocente.
(Com AFP e Reuters)