O comércio sentiu fortemente os efeitos da crise econômica de 2015, marcada pela deterioração no mercado de trabalho e inflação alta. Cerca de 40 mil empresas foram fechadas e 412 mil empregos foram eliminados pelo setor naquele ano, o primeiro da crise, segundo dados da pesquisa Anual de Comércio, divulgada hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Em 2014, o setor contava com 1,613 milhão de empresas. Ao final de 2015, esse número havia caído para 1,573 milhão. No mesmo período, o total de funcionários do comércio caiu de 10,6587 milhões para 10,275 milhões.
Segundo o IBGE, o desempenho do comércio foi impactado por variáveis que determinam o comportamento do consumidor. Em 2015, a restrição ao crédito e a redução na renda diminuíram a confiança do consumidor e, consequentemente, o consumo das famílias.
O mau desempenho teve consequências para o mercado de trabalho no setor. O número de vagas diminuiu 3,9% em relação a 2014, enquanto o salário médio mensal real de quem permaneceu empregado encolheu 0,8%. Como consequência, a massa salarial real paga aos trabalhadores foi reduzida em 1,7%.
O salário médio pago pelas empresas comerciais brasileiras foi de 2 salários mínimos. O comércio atacadista tinha o maior salário médio em 2015: 2,9 salários mínimos. Entre as atividades, os salários mais elevados foram do comércio atacadista de combustíveis e lubrificantes (6,2 salários mínimos) e comércio atacadista de equipamentos e produtos de tecnologia de informação e comunicação e comércio de máquinas, aparelhos e equipamentos; e produtos químicos (4,4 salários mínimos).
(Com Estadão Conteúdo)