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Cancún virou destino mais procurado pelos brasileiros na pandemia

A decisão do governo mexicano de manter as fronteiras abertas ajudou a fazer crescer a procura

Por Jana Sampaio, Duda Monteiro de Barros Atualizado em 18 mar 2021, 23h19 - Publicado em 12 mar 2021, 06h00
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  • Em tempos de portas do mundo fechadas por causa do novo coronavírus, planejar uma viagem internacional com voo direto e passagem tranquila pela imigração virou atividade restrita a poucos destinos. No caso de cidadãos do Brasil, especialmente, mas dos Estados Unidos e da Europa também, a bela faixa de mar caribenho da Riviera Maia, no México, se tornou roteiro de altíssima procura — sendo a entrada principal o balneário de Cancún, com sua costa repleta de resorts. Depois de ver o movimento turístico encolher 60% no ano passado, a região apareceu, tanto no inverno do Hemisfério Norte quanto no verão dos trópicos, como o refresco possível (embora não muito seguro) para multidões cansadas dos limites impostos pela pandemia: recebe turistas de qualquer parte e não exige teste de contágio de Covid-19 — basta preencher um questionário on-line e embarcar. “Para mim deu muito certo. Queria fazer uma viagem internacional a um país sem grandes exigências”, diz a advogada mineira Michele Lopes, de 35 anos, que passou uma semana em Cancún no início de março.

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    Pelas facilidades que oferece, a cidade saltou da nona posição para o topo da lista de destinos estrangeiros mais frequentados por brasileiros no primeiro semestre de 2021, segundo a agência virtual ViajaNet. O aeroporto local registra desde dezembro um pouso a cada cinco minutos, com visitantes de todas as nacionalidades. Neste começo de ano, lá estiveram a cantora globe-trotter Anitta, a modelo Yasmin Brunet com o marido, o surfista Gabriel Medina, e a filha de Xuxa, Sasha Meneghel, com o noivo, o cantor João Figueiredo. Os dois casais se hospedaram em um eco-resort de luxo em Tulum, ao sul de Cancún, que oferece praia particular de nudismo, menu vegano e chuveiro com água fria por até 50 000 reais a diária. Também a cantora Dua Lipa e a atriz Bella Thorne, entre outras celebridades, escolheram a Riviera Maia para passar o réveillon e se distrair na pandemia. Do outro lado do México, banhado pelo Pacífico, cidades turísticas como Cabo San Luca e Puerto Vallarta estão igualmente lotadas de turistas, sobretudo vindos dos Estados Unidos.

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    FÉRIAS - Anitta (à direita), Yasmin e Medina e Dua Lipa (de vermelho): a costa mexicana virou refúgio de famosos -
    FÉRIAS - Anitta (à direita), Yasmin e Medina e Dua Lipa (de vermelho): a costa mexicana virou refúgio de famosos – (Lucas Pinhel/MEGA/GC Images/Getty Images/Instagram)

    O trânsito intenso é consequência da decisão do presidente Andrés Manuel López Obrador (do tipo que não usa máscara e recorre a amuletos para se proteger do vírus) de liberar fronteiras depois de apenas três meses de quarentena pouco rigorosa, e manter o país aberto e funcionando em plena pandemia — o que, no lado mais sombrio da experiência, o instala em terceiro lugar em número de casos confirmados no mundo, contabilizando mais de 190 000 mortes. Além de atrair turistas, o México virou rota alternativa para brasileiros e viajantes de outros países de acesso restrito que queiram chegar aos Estados Unidos, visto que os voos entre os dois destinos seguem normais. Embora ainda não haja estatísticas que confirmem a influência desses fatores no aumento de visitantes, em 2020, com todo o baque do setor turístico, o México foi o país mais visitado da América Latina e o terceiro do mundo, atrás de Itália e França.

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    Após entrar no país sem grandes transtornos, o turista precisa seguir a tríade do distanciamento social, álcool em gel e máscara de proteção obrigatória em lugares públicos, até mesmo dentro d’água. “Quando mergulhei com tubarões, só me deixaram ficar com o rosto descoberto para tirar foto. Eu me senti muito mais segura lá do que no Brasil”, relata a engenheira civil Elis Vicentim, 25 anos, que viajou de Mato Grosso do Sul para a região com o namorado em fevereiro. A vasta oferta de acomodações em Cancún, Tulum e outros pontos da Riviera Maia resulta em preços para todos os bolsos. A média diária de um resort com comida e bebida incluídos equivale a 1 042 reais, o que aumenta o atrativo. “As pessoas estão preferindo viajar para lugares que estimulam o contato com a natureza e proporcionam entretenimento”, confirma Alexandre Moshe, diretor do site Decolar.

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    Além de descansar à beira das águas cristalinas do Caribe, a Riviera Maia oferece parques ecológicos, pirâmides e outros sítios arqueológicos da antiga civilização maia e ilhas como Cozumel, feita para exploração e mergulho. Por tudo isso, Cancún, o ponto de entrada, corresponde agora a 30% das viagens internacionais feitas por brasileiros — no ano passado, era apenas 8%. As Maldivas, Tailândia e Chile, junto com Porto Rico, são destinos igualmente abertos aos brasileiros, mas neles, na chegada, é preciso apresentar o resultado negativo de teste feito no máximo três dias antes do embarque. Outro exame é exigido, inclusive para quem vai ao México, na volta ao Brasil — as pessoas que testarem positivo são obrigadas a fazer quarentena de catorze dias antes de voltar. Enquanto o “passaporte vacina” não vem, é nas praias mexicanas que o mundo — ou, pelo menos, o mundo menos cauteloso — se encontra.

    Publicado em VEJA de 17 de março de 2021, edição nº 2729

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