O rotativo do cartão de crédito é uma linha oferecida quando o cliente não paga o valor total da fatura e joga a dívida para o mês seguinte. Segundo dados do próprio Banco Central, a inadimplência dessa operação atinge cerca de 50% das operações – um índice sem precedentes em outros países. A redução dos juros do cartão virou uma das prioridades do Ministério da Fazenda, que vem se reunindo com o BC e os bancos para apresentar uma nova modelagem.
Campos Neto também afirmou que o BC estuda modificar o sistema atual de financiamento por cartão de crédito, que permite aos correntistas parcelar compras em até 13 parcelas sem juros, ou seja, mais de um ano. Segundo ele, o BC estuda criar uma tarifa para desincentivar a compra no crédito em muitas parcelas. “Não é proibir o parcelamento sem juros. É simplesmente tentar que fique um pouco mais disciplinado”, afirmou.
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O parcelamento de compras sem juros no cartão de crédito virou tema de debate após grandes bancos apontarem a modalidade como uma das culpadas pelas altas taxas de juros do rotativo dos cartões. A preocupação em mexer no parcelamento sem juros é afetar o consumo no país, já que o cartão de crédito movimenta 40% desse fluxo. O número de cartões de crédito emitidos no Brasil é de 215 milhões atualmente, número maior que a população do país, de 203 milhões de habitantes, segundo dados do último Censo.
Estudo
De acordo com o presidente do BC, outra alternativa em estudo seria limitar os juros do cartão de crédito. “O problema é que os bancos provavelmente iriam retirar os cartões de circulação porque, para as pessoas que têm mais risco, os bancos não ofereceriam aquele cartão devido a uma relação de risco-retorno ineficiente”, ponderou.
“O problema de cortar o número de cartões é que você sabe como começa, mas não sabe como termina. Pode gerar um efeito muito grande na parte de consumo e na parte de varejo.”
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