Apesar do quadro de desaquecimento da economia e índice de desemprego alto, o brasileiro não deve deixar de presentear a pessoa amada na próxima quarta-feira, Dia dos Namorados. Segundo um levantamento feito pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), 63% dos brasileiros devem presentear alguém na data. O gasto, no entanto, deve ser menor que no ano passado: de 126,96 reais, em média, contra 166,87 reais em 2018. A queda é de 27,5%.
“O país ainda vive os efeitos de um quadro com altos níveis de desemprego e orçamento apertado. Embora para muitos consumidores o momento seja de conter os gastos, esta é uma data importante, em que o ato de presentear acaba sendo uma demonstração de afeto”, destaca o presidente do SPC Brasil, Roque Pellizzaro Junior. A expectativa é que a comemoração injete 12,5 bilhões de reais na economia. Em 2018, 57% das pessoas afirmaram adquirir presentes.
O simbolismo em torno desta data comemorativa ajuda a explicar a decisão de presentear. A pesquisa constatou que 47% dos que farão compras no Dia dos Namorados consideram o ato de presentear um gesto importante, ao passo que 46% têm o costume de presentear as pessoas que gostam. Os mais lembrados na ocasião serão os cônjuges (59%) e namorados (35%).
Além da queda no valor médio, aumentou o número de pessoas que deve comemorar a data em casa: 37,5%. No ano passado, 33,5% tinham a intenção de passar o dia em sua residência.
Preços mais caros
Quase seis em cada dez entrevistados (56%) têm a percepção de que os produtos estão mais caros do que no ano passado. Outros 38% acreditam que os presentes se mantiveram na mesma faixa de preço e apenas 5% acham que os produtos estão mais baratos do que em 2018. De olho no bolso, 76% dos consumidores pretendem fazer pesquisa de preço. Entre os que disseram ir em busca de melhores ofertas, 69% pretendem usar a internet como aliada, 48% pesquisarão em shoppings e 43% em lojas de rua.
Segundo o levantamento, a maioria dos entrevistados afirma que deve presentear o par com roupas (44,9%). Em seguida estão perfumes e cosméticos (33,5%), calçados (23,3%) e bombons (17,3%). Ainda segundo apontou a pesquisa, 70% acreditam que também vão receber presentes na data.
Dívidas
Para impressionar o parceiro, muitos consumidores não veem limites e até ignoram os compromissos financeiros já assumidos. A pesquisa mostra que três em cada dez (33%) entrevistados que pretendem comprar presentes irão às compras mesmo com contas em atraso. Entre esses, 69% estão com CPFs negativados em serviços de proteção ao crédito. Além disso, 7% deixarão de pagar alguma conta para comprar o presente da pessoa amada.
“Para os que têm contas em atraso ou estão negativados, existem outras formas de surpreender o parceiro. Fazer um esforço além da própria capacidade de pagamento pode comprometer ainda mais o orçamento. É preciso, acima de tudo, ter disciplina para conter os gastos e usar a criatividade”, orienta o educador financeiro do SPC Brasil, José Vignoli.
A pesquisa foi realizada por meio de entrevistas, em todas as capitais brasileiras, com 894 casos em um primeiro levantamento para identificar o percentual de pessoas com intenção de comprar presentes no Dia dos Namorados. Em seguida, continuaram a responder o questionário 605 casos de consumidores que tinham a intenção de comprar presente no Dia dos Namorados este ano. As margens de erro, respectivamente, são de 3,3 pontos percentuais e 4,0 p.p. para um intervalo de confiança a 95%.