O Banco Central revisou para baixo a projeção da economia brasileira em 2020, com queda de 6,4% no Produto Interno Bruto (PIB). A previsão está no relatório de inflação, divulgado nesta quinta-feira, 25. No relatório anterior, de março, logo no início da pandemia no Brasil, a estimativa era de estabilidade, ou seja, nem alta e nem queda na atividade. O primeiro caso de coronavírus no país foi confirmado no fim de fevereiro. Atualmente, o país registra mais de 1,1 milhão de casos, 53 mil mortes e atividades econômicas parcialmente paradas.
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Clique e AssineA revisão no relatório divulgado nesta quinta leva em conta exatamente os impactos da pandemia de Covid-19 no país. Segundo o BC, grande parte do tombo se concentrará no segundo trimestre (abril, maio e junho), quando houve a escalada dos casos e endurecimento das medidas de distanciamento social, principalmente em abril e maio. “A projeção para o PIB anual considera que o recuo no segundo trimestre será o maior observado desde 1996, início do atual Sistema de Contas Nacionais Trimestrais [do IBGE]. Espera-se que tal contração seja seguida de recuperação gradual nos dois últimos trimestres do ano, repercutindo diminuição paulatina e heterogênea do distanciamento social e de seus efeitos econômicos”, informou o Banco Central.
A única área de produção que deve crescer no ano, segundo o BC, é a agropecuária (avanço de 1,2%). A autoridade monetária prevê recuo de 8,5% no nível de atividade da indústria e queda de 5,3% nos serviços. Neste último setor, entra o comércio, que sozinho, deve contrair 10,8%. Pela ótica da demanda, as principais quedas esperadas são no consumo das famílias (7,4%) e nos investimentos (13,8%). Os dois fatores foram fundamentais para o resultado de 2019, quando o PIB cresceu 1,1%.
A queda estimada pelo BC está praticamente em linha com o mercado financeiro, que estima 6,5% de retração. Agentes internacionais, porém, tem projeções mais sombrias para o resultado da economia este ano. O Banco Mundial estima queda de 8% e o Fundo Monetário Internacional (FMI) de 9,1%.
Inflação
O BC também informou que a sua estimativa de inflação para 2020, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), recuou de 2,6% (em março deste ano) para 2,4%. Essa previsão considera a trajetória estimada pelo mercado financeiro para a taxa de juros e de câmbio neste ano e no próximo. (2,25% e 3% para a Selic e 5,20 reais e 5 reais para o câmbio). Em outro cenário, que considera taxa de juros (Selic) e câmbio estáveis, por sua vez, a previsão do Banco Central para a inflação oficial deste ano recuou de 3% para 1,9%. As previsões estão abaixo das metas de inflação. Neste ano, a meta central de inflação é de 4% e terá sido oficialmente cumprida se o IPCA oscilar de 2,5% a 5,5%.