As profissões ligadas à tecnologia estão entre as que mais vão crescer na indústria brasileira até 2023, de acordo com estudo elaborado pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai). Entre os cargos com maior crescimento porcentual de vagas, ocupa o primeiro lugar a ocupação de condutor de processos robotizados, espécie de operador de planta industrial formada apenas por robôs, cuja taxa de crescimento do número de empregados está projetada em 22,4% no período. Em comparação, a média do setor industrial será de 8,5%.
De acordo com o levantamento, realizado de quatro em quatro anos, as três primeiras profissões que mais vão ter crescimento na demanda já mostram qual será o cenário da indústria brasileira nos próximos anos: o principal ponto em comum é o crescimento da tecnologia empregada. Esse resultado reflete as mudanças tecnológicas e a automação do processo de produção.
Os técnicos em mecânica veicular, segunda profissão que mais deve crescer no número de empregados, terão que lidar com a tendência do mercado de automóveis dos carros híbridos. “Os veículos tendem a ser híbridos, demandando competências múltiplas dos técnicos”, afirma o diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi. Já os engenheiros ambientais, que ocupam a terceira colocação, serão mais valorizados por causa da importância que a pauta ambiental vem ganhando dentro da indústria e da sociedade como um todo.
Em números brutos, o cargo mais demandado continuará sendo o de técnico de controle da produção, com aproximadamente 188.337 vagas, seguido por técnicos de planejamento e controle de produção, com 148.696. Para Lucchesi, o estudo mostra um “indicativo de maior investimento de tecnologia e incorporação de processos da indústria 4.0 no Brasil nos próximos anos”. A indústria 4.0 é um processo de digitalização e robotização dos processos de manufatura. Para ele, “o país vive uma leve retomada no emprego em todas as regiões, com características que vão na direção de investimento em tecnologia”.
Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) do segundo trimestre deste ano mostram que o desemprego no país caiu de 12,7% para 12% no período, em comparação aos três meses imediatamente anteriores. Ao todo, cerca de 12,8 milhões de pessoas sofrem com a falta de trabalho. Apesar da redução, a população subocupada, aquela que gostaria de trabalhar mais horas, atingiu a marca de 7,4 milhões, a maior já registrada na série histórica, iniciada em 2012.
O Produto Interno Bruto (PIB) do país recuou 0,2% no primeiro trimestre deste ano em comparação aos três meses ligeiramente anteriores. A indústria retraiu 0,7%, após ter fechado 2018 com alta de 0,7%, o primeiro crescimento anual desde 2012.