Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

Argentina aprova imposto sobre grandes fortunas para arcar com pandemia

O Produto Interno Bruto, o PIB, argentino caiu 19,1% no segundo trimestre do ano, o maior recuo trimestral desde o início da série histórica

Por Victor Irajá Atualizado em 5 dez 2020, 13h35 - Publicado em 5 dez 2020, 12h11
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Num ato que é a cara da gestão do presidente Alberto Fernández, o parlamento da Argentina aprovou, nesta sexta-feira, 4, um projeto de lei para taxar grandes fortunas, como mecanismo para subsidiar empresas e garantir subsistência aos mais vulneráveis durante a pandemia de Covid-19. O país espera arrecadar cerca de 3,7 bilhões de dólares para compensar os impactos econômicos da crise de saúde. A proposta, cujo texto foi redigido pelo deputado Máximo Kirchner, filho da vice-presidente, Cristina Kirchner, prevê a taxação em uma única vez de pessoas físicas com patrimônio superior a 200 milhões de pesos, cerca de 13 milhões de reais. estima-se que o imposto atingirá de 9 mil a 12 mil das pessoas mais ricas de toda a Argentina, um país com mais de um terço de seus 44 milhões de habitantes considerados abaixo da linha da pobreza.

    Publicidade
    COMPOSIÇÃO - Cristina Kirchner: ela aceitou ser vice na Argentina -
    COMPOSIÇÃO – Cristina Kirchner: ela aceitou ser vice na Argentina – (Juan Ignacio Roncoroni/EFE)

     

    Publicidade

    Trata-se de uma medida desesperada. O Produto Interno Bruto, o PIB, argentino caiu 19,1% no segundo trimestre do ano, o maior recuo trimestral desde o início da série histórica, em 1981. O país amarga uma taxa de pobreza para além dos 40%, o que quer dizer que quase metade da população não tem recursos para comprar produtos básicos. O país enfrenta, com atraso, um descalabro tanto na saúde quanto na economia depois de meses de quarentena rígida e rigorosa. Em outubro, o país, que gozava de poucos casos de coronavírus entre seus cidadãos, viu a pandemia estourar. Em pouquíssimos dias, a Argentina viu-se no triste rol de nações com maior índice casos entre 100 mil pessoas, ultrapassando até mesmo o Brasil. O país tem 1.454.618 casos confirmados e pouco mais de 39 mil óbitos. 

    Continua após a publicidade

    A taxa é progressiva, e chega até 3,5% sobre o excedente para bens dentro do território argentino, e até 5,25% sobre o total para bens no exterior. Para os bens em território argentino, ainda há uma contribuição fixa por faixa de fortuna. A coalizão Juntos pela Mudança, principal oposição ao governo Fernández e responsável pela maioria dos votos contra o projeto de Kirchner, rotulou o imposto como confiscatório, visto que já existe imposto sobre bens pessoais, e prejudicial aos investimentos empresariais.

    Aqui no Brasil, passa longe das intenções do governo e da Câmara dos Deputados a intenção de taxar grandes fortunas — pela própria incipiência do tipo de taxação. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), vem cantando ter votos para aprovar a reforma tributária que tramita no parlamento, de autoria do deputado Baleia Rossi (MDB-SP), desenhado pelo economista Bernard Appy. Ele se coloca veementemente contrário à taxação dos mais ricos no país, temendo a evasão fiscal. Maia encontra sinergia no Ministério da Economia. Passa longe das caraminholas do ministro Paulo Guedes a intenção de criar um imposto sobre grandes fortunas. Guedes vem defendendo a cobrança de impostos sobre dividendos, como um adendo ao texto já enviado para a Câmara dos Deputados. No Ministério da Economia, porém, auxiliares do ministro estão descrentes com qualquer mudança no sistema tributário brasileiro até as eleições para a presidência da Câmara, em fevereiro.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.