A América Latina, incluindo o Brasil, segue as tendências globais, afirmou Ilan Goldfajn, presidente do BID, durante palestra no Lide, em Washington, nos Estados Unidos. “Mesmo com o crescimento mundial desacelerando, a perspectiva para a região é positiva, dadas as suas complementaridades”, disse.
Segundo ele, o mundo busca energia limpa, e o Brasil, juntamente com a América Latina, tem grande potencial nesse aspecto. “Se aproveitarmos a infraestrutura adequada, o desenvolvimento correto e os incentivos apropriados, poderemos exportar energia limpa. Recentemente, em Paris e Bruxelas, percebi o interesse europeu nessa área”, comentou.
A demanda por energias renováveis é evidente, como nos contratos de hidrogênio verde entre a Alemanha e o Chile. A América Latina tem potencial para ser líder na produção e venda de hidrogênio verde, atendendo à crescente demanda global por energia limpa — uma necessidade ampliada por questões geopolíticas, como a situação na Ucrânia. “A região não apenas busca investimentos, mas também oferece soluções”, disse.
Em relação às mudanças climáticas, o presidente do BID afirma que “o banco está financiando projetos em bilhões e queremos apoiar ainda mais. Contudo, enfrentamos restrições de recursos e, às vezes, a falta de projetos sustentáveis. O Brasil possui uma capacidade técnica notável, mas é essencial incentivar projetos em energias renováveis e garantir financiamento para ambos os setores, público e privado”.