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Alta do dólar eleva defasagem da gasolina e pressiona Petrobras

Gasolina e diesel são vendidos aqui com preço 9% inferior ao mercado internacional. Estatal não reajusta combustíveis desde 2023

Por Luana Zanobia Atualizado em 18 jun 2024, 11h05 - Publicado em 18 jun 2024, 10h58
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  • A valorização do dólar — com a moeda americana subindo 12% frente ao real apenas neste mês — elevou a defasagem do preço dos combustíveis no Brasil, criando um cenário desafiador para a nova administração da Petrobras. Conforme dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), a gasolina nas refinarias brasileiras está sendo vendida a um preço 9% inferior ao do mercado internacional. O mesmo percentual de defasagem se aplica ao diesel, refletindo a maior disparidade desde abril.

    Essa diferença nos preços é resultado da alta do dólar combinada com a manutenção dos preços pela Petrobras, que não realiza reajustes desde 2023.

    A nova presidente da Petrobras, Magda Chambriard, que assumiu recentemente após a saída de Jean Paul Prates, enfrenta um desafio imediato: manter os preços controlados. A política de preços da Petrobras, que foi alterada em maio de 2023 para “abrasileirar” os preços dos combustíveis, agora se encontra sob teste.

    Desde a implementação da nova política de preços em maio de 2023, os preços dos combustíveis no Brasil se mantiveram com uma defasagem abaixo de 5%. Esse período de relativa estabilidade foi, em grande parte, facilitado pela queda nos preços do petróleo no mercado internacional, o que ajudou a manter a diferença entre os preços internos e externos em níveis gerenciáveis. No entanto, um novo cenário de incerteza já aponta para uma possível escalada nos preços dos combustíveis.

    A valorização do dólar, juntamente com os cortes de produção pela Opep, vem pressionando os preços do petróleo para cima. Atualmente, o barril de Brent é negociado acima de 84 dólares, elevando os custos de importação dos combustíveis.

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    A disparidade de preços tem diversos impactos negativos. Para os importadores de combustíveis, competir com os preços internos se torna inviável, o que pode levar a uma redução nas importações e, eventualmente, a uma escassez no mercado interno.

    Os consumidores, por outro lado, podem enfrentar consequências indiretas, como a pressão inflacionária. Isso ocorre porque combustíveis mais baratos internamente incentivam o consumo, mas a redução das importações pode limitar a oferta, levando a um aumento nos preços de bens e serviços devido aos custos de transporte e produção.

    A Abicom afirma que, nos últimos meses, a defasagem dos preços dos combustíveis aumentou consideravelmente, impulsionados pela alta do dólar.  Segundo a Associação, a pressão sobre a Petrobras tende a aumentar, especialmente com a Opep mantendo cortes de produção, o que sustenta os preços do petróleo em patamares elevados.

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