A primeira semana após a confirmação da vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) como presidente eleito do Brasil teve alguns importantes sinais políticos, como o aceno de partidos do centro para a composição de uma base aliada em 2023 e os passos iniciais da campanha de transição, comandada pelo vice-presidente eleito, Geraldo Alckmin (PSB). Se apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) foram às ruas contra o resultado, o mercado reagiu bem nesta primeira semana. Além de bolsa subindo e real apreciado, analistas do mercado financeiro revisaram ligeiramente para cima as projeções de crescimento da economia.
Segundo o Boletim Focus, divulgado nesta segunda-feira, 7, o PIB de 2023 deve avançar 0,7% ao final do próximo ano, acima dos 0,64% da semana passada e do 0,54% há um mês. O mercado manteve as projeções para inflação no próximo ano em 4,94%, que representam um índice acima do teto da meta, de 4,75%. A projeção para taxa de juros também foi mantida em 11,25%. Também não houve alteração nos cenários para 2024.
Já em relação a este ano, o mercado voltou a ver um ligeiro movimento para cima da inflação. Segundo as projeções, a estimativa é que o IPCA encerre o ano em 5,63%, segunda revisão seguida. A inflação deste ano, que vem em movimento de desaceleração, pode ser impactada na reta final do ano pela consequência da semana de paralisações nas estradas, que pressionou custos logísticos. Caso a projeção do mercado para o IPCA se confirme, esse será o segundo ano consecutivo de estouro da meta inflacionária. Em 2021, a inflação fechou em 10,1%.