A morte de Elizabeth II, que reinava no Reino Unido desde 1952, fez crescerem as incertezas acerca de países que tinham a monarca como chefe de Estado. Mesmo a realeza britânica não tendo participação ativa em tomadas de decisões políticas e econômicas, sua simples existência e credibilidade podem influenciar questões dessa natureza. Com a troca de Elizabeth por seu filho Charles, agora rei, há expectativa de que a imagem da monarquia inglesa sofra alguma deterioração, como conta Carlos Pessoa, especialista em economia, geopolítica e investimentos do family office Vêneto Multi.
“Charles é uma figura bastante diferente, com um passado de escândalos financeiros e de adultério, por exemplo. Ele é muito polêmico. Assim, com menos apelo, podemos ter a independência política total de alguns países que aderem à monarquia britânica, enfraquecendo a relação entre eles e a Inglaterra, talvez até comercialmente”, diz.
Para Pessoa, a probabilidade da Inglaterra abolir de vez a monarquia é baixa, mas países como Escócia podem seguir o exemplo de Barbados, que cortou relações com a realeza britânica em 2021. Além disso, acredita que a troca de Elizabeth por Charles e a sucessiva perda de credibilidade da família real podem atenuar o apelo turístico do Reino Unido. O turismo atraído pela monarquia chega a ser usado como argumento por uma parcela dos ingleses para manter o regime atual.
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