O oitavo dia da greve dos caminhoneiros gerou impacto no bolso dos pequenos permissionários da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), na Zona Oeste de São Paulo, onde são vendidas hortaliças, frutas e verduras por atacado, que abastecem 60% da Grande São Paulo e 30% dos demais estados.
De acordo com a assessoria da empresa, apenas 10% dos veículos que chegam diariamente à Ceagesp para abastecer os comerciantes entraram no local desde o início da paralisação.
Faltam batatas, mamões, abacaxis, cocos verdes e diversas mercadorias provenientes de outros estados. A situação menos crítica é a de verduras e hortaliças, em sua maior parte produzida em São Paulo.
Sueli Nakamura, de 54 anos, trabalha na Ceagesp há quinze anos e lamenta a falta de clientela. “A mercadoria não vem, e os clientes não chegam. Eu costumo vender salsa, alface, e hoje só trouxe cebolinha.” Se a greve perdurar, Sueli, que não trabalha com estoque, estuda a possibilidade de não ir à Ceagesp, pois não tem para quem vender.
A comerciante de hortaliças Alessandra Ramos, de 40 anos, diz que a greve impactou em 60% suas vendas. “Não tem clientes, eles não estão vindo, o movimento caiu. Essa época do ano era para estar sobrando alface, estaria custando em torno de 8 a 10 reais, mas a caixa está 50 reais. Quase ninguém está vindo, então ‘enfiam a faca’, querem explorar e ganhar em cima”, afirma. Além da preocupação com os ganhos mensais, Alessandra diz que só tem gasolina para trabalhar até a próxima quarta-feira, 30. Caso a situação não seja normalizada até lá, ela irá de ônibus.
O desabastecimento ocorre mesmo com a Polícia Militar fazendo escolta a caminhões com alimentos que se destinam à Ceagesp.
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