Desde sexta-feira, 11, cerca de 662 milhões de dólares em tokens saíram misteriosamente da bolsa de criptomoedas FTX em cerca de 24 horas. O resgate aconteceu no mesmo dia em que o seu CEO, Bankman-Fried, renunciou ao cargo e que a empresa informou que estava entrando com pedido de falência. Essa que já foi uma das maiores e mais respeitáveis plataformas de Exchange do mundo dos ativos digitais está protagonizando uma das maiores crises da história dos criptoativos. Comparada com a quebra do Lehman Brothers na crise do subprime, a falência da FTX coloca em xeque a credibilidade do setor e das criptomoedas, que vinham se fortalecendo nos últimos anos.
A demissão do CEO e a quebra da FTX são o ápice de uma sucessão de eventos que culminou na quebra da empresa e que começou na semana passada com um artigo do CoinDesk, site de notícias especializado em criptomoedas, sobre um documento financeiro vazado do Alameda Research, um fundo de hedge do mesmo Bankman-Fried. O documento acendeu a luz amarela para os investidores ao sugerir que a Alameda baseou os seus negócios em FTT, um token digital da FTX, mostrando que os negócios das empresas não estavam separados e, portanto, se firmaram em bases financeiras instáveis.
No final da manhã deste sábado, 12, o token FTX estava cotado a 2 dólares, ante 22 dólares na segunda-feira, 7. A queda provocou um efeito cascata em criptoativos mais consolidados, como o bitcoin, que caiu 19% no período, para 16,8 mil neste sábado, 12. Para se ter ideia, o JPMorgan acredita que o bitcoin pode chegar a 13 mil dólares, queda de cerca de 22%, mas há especialistas ainda mais pessimistas que projetam uma queda para 10 mil dólares.
Enquanto os investidores lamentam suas perdas e o futuro das criptomedas e da FTX seguem incertos, uma coisa é dada como certa: a quebra da FTX alertou as entidades reguladores sobre a importância de se colocar regras mais rígidas para o setor.