O diretor americano Woody Allen se afastará do cinema depois de produzir pelo menos um filme por ano durante décadas, segundo o site da coluna PageSix, do jornal The New York Post.
A Rainy Day in New York, o 48º longa do cineasta, terminou de ser rodado em novembro do ano passado e entrará no catálogo do serviço de streaming da Amazon até o final deste ano. Além dessa produção, não há mais nada no horizonte do diretor.
O site especializado IMDb lista um projeto de Allen previsto para 2020, mas, de acordo com a coluna, o americano ainda não encontrou quem o financie. “Woody adora trabalhar. Nunca sai de férias, mas vai tirar um tempo para descansar este ano até que encontre um patrocinador”, disse uma fonte.
Allen tem contrato com a Amazon para a produção de cinco filmes – dois deles já foram feitos. No começo do ano, um artigo da revista The Hollywood Reporter afirmava que é possível que a Amazon decida romper o acordo com Allen, mesmo que isso resultasse no pagamento de uma pesada multa da empresa para o diretor.
Allen lançou um filme por ano nos últimos 44 anos, mas sua imagem foi arranhada recentemente após novas declarações de sua filha adotiva, Dylan Farrow, que o acusa de ter abusado sexualmente dela quando era uma menina. O filho que Allen teve com a atriz Mia Farrow, Ronan Farrow, apoiou sua irmã publicamente e também foi o principal promotor do movimento #MeToo, que denunciou várias das figuras mais poderosas de Hollywood por abuso sexual de jovens atores e atrizes.
“Woody Allen sempre conseguiu atores fantásticos. As estrelas trabalhavam por um salário baixo porque recebiam prestígio, mas com o movimento #MeToo, agora ele é tóxico”, disse um produtor de cinema de Hollywood, segundo a coluna PageSix.
Além disso, a coluna afirma que Allen já vinha tendo problemas para encontrar financiamento para seus filmes, inclusive antes do #MeToo, e que “suas produções não geram dinheiro”, disse uma fonte. “Durante anos, passou de um de um patrocinador para outro. Inclusive foi à Europa, mas já está sem opções.”