Black Friday: Assine a partir de 1,49/semana
Continua após publicidade

Toronto: ‘Três Anúncios para um Crime’ provoca reações fortes

Frances McDormand é candidata ao Oscar por sua atuação como a mãe que publica outdoors cobrando ação da polícia na investigação do assassinato da filha

Por Mariane Morisawa, de Toronto
17 set 2017, 22h01
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Se o mundo fosse justo, Frances McDormand levaria o Oscar de melhor atriz por Três Anúncios para um Crime, escrito e dirigido pelo dramaturgo Martin McDonagh, apresentado no Festival de Toronto depois de levar o prêmio de melhor roteiro no Festival de Veneza. McDonagh sabe que tem ouro nas mãos e deixa a câmera captar cada nuance da performance da atriz, que vai do ódio ao desespero, à compaixão e ao sarcasmo em frações de segundo. McDormand concorreu quatro vezes à estatueta dourada, levando uma, por Fargo (1996), dirigido por seu marido, Joel, e o cunhado, Ethan Coen.

    Martin McDonagh, diretor do esperto Na Mira do Chefe (2008) e de Sete Psicopatas e um Shih Tzu (2012), é londrino de origem irlandesa, mas capta aqui o espírito da América profunda como poucos. McDormand é Mildred Hayes, que teve sua filha estuprada e assassinada na pequena Ebbing, Estado de Missouri. Sete meses se passaram, e a polícia não tem pistas do criminoso. Frustrada e com raiva, ela decide pagar por três outdoors cobrando ação do xerife Bill Willoughby (Woody Harrelson, ótimo), amado pela população. O resultado é que a cidade se volta contra Mildred, especialmente depois da revelação de que ele está com câncer. As coisas então se complicam, porque ela precisa lidar com Jason Dixon (Sam Rockwell, excelente), um policial de intelecto limitado, violento e racista que ainda mora com a mãe.

    O roteirista e diretor expõe a falta de confiança nas instituições e a raiva permanente em certas camadas da sociedade americana, especialmente entre brancos, de classe média, sem educação superior, que, em grande medida, contribuíram para a eleição de Donald Trump. Mas ele nunca trata o assunto, o lugar ou as pessoas de maneira simplista. Há muita compaixão em seu olhar, o que é fundamental em uma obra também muito sarcástica e violenta.

    Continua após a publicidade

    Em muitos momentos, o espectador ri e imediatamente percebe que talvez não devesse, ou se surpreende e se emociona quase simultaneamente. Talvez por isso provoque reações catárticas nas plateias que tiveram a chance de ver até agora, com aplausos em cena aberta. O elenco tem um desafio e tanto nas mãos e brilha, até mesmo Peter Dinklage, com um papel pequeno. É um filme raro, que surpreende sempre, sem ser maldoso nem forçar a barra pelo choque puro e simples. E que mostra que ter raiva o tempo todo talvez não seja o melhor caminho.

    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

    a partir de 39,96/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.