O Festival Anima Mundi, maior festival de animação das Américas, pode não acontecer neste ano devido a falta de verbas. O evento perdeu seu principal patrocinador, a Petrobras, em abril, na esteira de outros cortes a incentivos de estatais a projetos culturais anunciados pelo governo de Jair Bolsonaro. Os organizadores, então, recorreram ao financiamento coletivo para que o Festival pudesse ter sua 27ª edição. No entanto, a 20 dias do final da campanha, somente 36% do valor foi arrecadado – pouco mais de 144.000 reais de um total de 400.000 reais.
O evento está previsto para acontecer entre os dias 17 e 21 de julho no Rio de Janeiro e 24 e 28 de julho em São Paulo. A campanha de financiamento possui três metas, nos valores de 400.000, 600.000 e 800.000 reais. A primeira meta inclui somente a realização da mostra de filmes, a segunda engloba também o Papo Animado e a última conta ainda com o Anima Fórum, voltado para a profissionalização do mercado de animação. As doações vão de 20 a 50.000 reais, com contrapartidas específicas para cada valor.
Criado em 1993 por Aída Queiroz, Cesar Coelho, Lea Zagury e Marcos Magalhães, o Festival já exibiu mais de 10.000 filmes de animação do mundo inteiro a preços populares. Em 2018, empregou mais de 700 pessoas, movimentou 26,8 milhões de reais e gerou 2,6 milhões de reais em impostos, com um público estimado de 50.000 pessoas. Desde 2012, é qualificado pela Academia de Artes e Ciências Cinematográficas para indicar filmes que podem concorrer aos prêmios de animação no Oscar.