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Sem máscaras e vencendo tensões, Cannes chega ao final triunfante

Mostra de filmes da França se encerra neste sábado, 17, demonstrando sucesso ao realizar evento de maneira totalmente presencial na pandemia

Por Marcelo Canquerino 16 jul 2021, 17h50
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  • O Festival de Cannes chega ao fim neste sábado, 17, trazendo um sopro de esperança para os prestigiados eventos do mundo do cinema frente à pandemia. Com o tão sonhado au revoir para as máscaras em espaços abertos, o público pôde aproveitar, seguindo alguns protocolos de segurança, a exibição de filmes variados. Batendo o pé contra os formatos online que se tornaram comuns entre festivais e premiações, Cannes foi o primeiro da tríade europeia a apostar todas as suas fichas no sucesso de um evento presencial — o Festival de Veneza, em 2020, enfrentou alguns problemas com o modelo “ao vivo” e Berlim, este ano, funcionou de maneira híbrida. 

    Dentre as figurinhas carimbadas, Tilda Swinton, que já havia roubado a cena em Veneza, foi um dos grandes destaques desde o tapete vermelho. A atriz inglesa entrou em Cannes com seis longas em exibição, como A Crônica Francesa, de Wes Anderson, e Memória, do tailandês Apichatpong Weerasethakul, ambos concorrendo ao prêmio máximo do festival.  

    Presidida por Spike Lee, a mostra de cinema francês também chamou atenção por sua agitação política (como de praxe, claro), principalmente no que diz respeito ao Brasil. Em seu discurso de abertura, Lee fez uma crítica a líderes populistas e autoritários mundiais, incluindo na lista os nomes do presidente Jair Bolsonaro e Donald Trump. “O mundo está sendo governado por mafiosos”, disse em coletiva de imprensa. Juntando-se a ele, o cineasta Kleber Mendonça Filho, que também faz parte do júri, fez questão de escancarar o descaso com o qual o governo brasileiro tem lidado com a pandemia.

    Os protestos contra a situação caótica na qual o Brasil se encontra foram parar até nas exibições de filmes. Um grupo formado pelos brasileiros por trás de quatro obras presentes no festival estenderam uma faixa vermelha com os dizeres: “Brasil: 530 000 mortos. Fora, gangster genocida”, após o final de uma sessão de O Marinheiro das Montanhas, dirigido pelo cearense Karim Aïnouz. 

    Com saldo positivo e sem notícias de contaminações em massa, o festival obteve sucesso em controlar a Covid-19 durante as exibições e eventos. Segundo o site Deadline, na altura do dia 9 de julho Cannes estava com uma média de três casos por dia, o que foi considerado uma situação tranquilizadora em meio às testagens de milhares de pessoas promovidas pelo evento. Chegando ao final com sucesso, o festival mostra que, pelo menos na França, os eventos culturais parecem respirar de forma mais aliviada. 

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