Sebastião Salgado ganha o Prêmio Imperial do Japão, o ‘Nobel das Artes’
Apenas outros dois brasileiros foram agraciados com o prêmio no passado, os arquitetos Paulo Mendes da Rocha (2016) e Oscar Niemeyer (2004)
O fotógrafo Sebastião Salgado, de 77 anos, foi um dos vencedores da 32ª edição do Prêmio Imperial do Japão, considerado como o Nobel das Artes. Antes de Sebastião Salgado, apenas dois outros brasileiros foram agraciados, os arquitetos Paulo Mendes da Rocha (2016) e Oscar Niemeyer (2004).
Criado em 1988, o prêmio concede 15 milhões de ienes (cerca de 137.000 dólares) aos vencedores e a cerimônia de entrega acontece em Toquio, feita pelo príncipe Hitachi, irmão mais novo do imperador Akihito. Porém, devido à pandemia, o evento não ocorrerá presencialmente este ano. Além de Salgado, que foi premiado na categoria pintura, também ganharam o prêmio este ano o escultor americano James Turrell, o arquiteto australiano Glenn Murcutt e o violoncelista Yo-Yo Ma. Não foram escolhidos artistas nas categorias teatro e cinema em decorrência da pandemia.
O brasileiro ganhou notoriedade mundial com suas dramáticas fotografias em preto e branco. Da sua obra, destacam-se as séries que ele fez de imagens dos mineiros em Serra Pelada, da devastação da natureza e do êxodo humano em diversas regiões do planeta. Em seu mais recente trabalho, o fotógrafo retratou os povos indígenas da Amazônia e também a floresta, publicadas no livro Amazônia. “Nesse trabalho, eu quis fotografar a Amazônia viva. A Amazônia morta, destruída pelo garimpo e pelo fogo, eu não procurei”, disse Salgado recentemente em entrevista a VEJA. A série de fotografias da Amazônia, feitas entre 2013 e 2019, serão expostas no Brasil em 2022.
Salgado também é dono de outros prêmios igualmente importantes, como o Príncipe de Asturasi das Artes, World Press Photo e Overseas Press Club Of America.