Tido como o grande responsável pela ascensão da Paramount nos anos 70, Robert Evans, produtor e antigo chefe do estúdio, morreu no último sábado 26, aos 89 anos de idade. A informação foi confirmada por um representante da família nesta segunda-feira 28 à agência AFP. Informações sobre a causa e o local do óbito não foram divulgadas.
Evans foi convidado a assumir a chefia de produção da Paramount em 1966, aos 36 anos. Desde então, inaugurou uma era de ouro para o estúdio, marcada por clássicos como O Poderoso Chefão (1972), do diretor Francis Ford Coppola, O Bebê de Rosemary e Chinatown, ambos de Roman Polanski – o último rendeu a Evans uma indicação ao Oscar de melhor filme. Durante sua gestão, a empresa iniciou uma escalada do nono e último lugar entre as grandes do cinema, até o topo das bilheterias americanas.
“Nosso filho, Joshua, e eu sentiremos muita falta de Bob”, disse a atriz Ali MacGraw, ex-mulher do produtor, em pronunciamento. “Temos muito orgulho de sua enorme contribuição para a indústria cinematográfica. Ele sempre será lembrado como um gigante”
Nascido em 1930 na cidade de Nova York e batizado como Robert J. Shapera, Evans iniciou a carreira cinematográfica como ator, mas a falta de talento para as telas o levou para trás das câmeras. Sua primeira aquisição foi o romance O Detetive, de Roderick Thorp, convertido em best seller depois que Evans vendeu os direitos de exibição para a Fox — que transformou a obra em um filme estrelado por Frank Sinatra, Lee Remick e Jacqueline Bisset em 1968. Foi durante a produção do longa que o convite para dirigir a Paramount surgiu.
Durante o seu tempo à frente da empresa, Evans ficou conhecido por bater de frente com os diretores, exigindo novas edições e reescritas até que estivesse satisfeito. “Bob força você a descobrir alternativas”, declarou Coppola à revista Time em 1974. “Ele pressiona até que você o agrade. Ele abandona ideias ruins e só aceita as boas.”
O produtor foi casado sete vezes – entre suas mulheres estavam as atrizes Ali MacGraw (musa de Love Story) e Catherine Oxenberg (Dinastia). Nenhum dos relacionamentos, no entanto, durou mais que 3 anos – a relação com Oxenberg sobreviveu por míseros nove dias.
Além das constantes trocas de matrimônio, Evans ainda teve problemas com o vício em cocaína e chegou a afirmar, em 2002, durante um festival de cinema, que mudaria a “segunda metade” de sua vida.
Em 1994, o produtor lançou sua autobiografia, The Kid Stays in the Picture. O livro virou documentário em 2002, lançado no Brasil sob o título de O Show Não Pode Parar.
Mais recentemente, em novembro de 2013, agrupou suas memórias no livro The Fat Lady Sang, onde detalha seu processo de recuperação depois de um derrame quase fatal que sofreu em um jantar com o diretor Wes Craven, em 1998.