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Regina Duarte fala sobre apoio a Bolsonaro: ‘Hoje sou chamada de fascista’

Em entrevista a Pedro Bial, atriz afirma que é alvo de intolerância e diz que considerava a personagem de 'Malu Mulher' 'muito chata'

Por Redação
Atualizado em 30 Maio 2019, 10h26 - Publicado em 30 Maio 2019, 09h28
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  • Regina Duarte falou sobre seu apoio a Jair Bolsonaro nas eleições de 2018, afirmou que é alvo de intolerância e pregou o respeito a opiniões diferentes em entrevista ao Conversa com Bial, da Globo, nesta quarta-feira 29. “Em 2002 fui chamada de terrorista, alguém que estava divulgando o medo. Hoje sou chamada de fascista. Olha que intolerância”, disse. “Eu achando que estou vivendo em uma democracia, onde tenho o direito de pensar de acordo com o que eu quero. Respeito todo mundo que pensa diferente de mim, não saio por aí xingando ninguém.”

    Nas eleições de 2002, a atriz participou da campanha de José Serra (PSDB) em um vídeo em que afirmava que tinha “medo” da candidatura de Lula. Nas eleições do ano passado, declarou apoio a Jair Bolsonaro, afirmando em entrevista ao jornal O Estado de S.Paulo, entre outras coisas, que o então candidato tinha um “humor brincalhão típico dos anos 1950, que faz brincadeiras homofóbicas, mas que são da boca para fora”.

    A Bial, Regina se recusou a avaliar os primeiros meses do governo Bolsonaro. “Eu seria louca se avaliasse alguma coisa. Gente, que loucura é essa? Essa oposição é feroz, voraz, tão acelerada. Nós estamos vivendo tempos de aceleração, ninguém mais tem paciência de esperar nada, Bial”, afirmou. “A gente precisa aprender a pensar política, a fazer política, a conversar sobre política, a exercer política. A gente não aprendeu ainda e tudo fica cada vez mais polarizado.”

    Também criticou os moldes atuais de patrocínio à cultura. Lendo um texto que havia preparado previamente, afirmou que o governo “deveria apoiar os que estão iniciando na arte, os novos talentos, a cultura regional de acordo com uma legislação específica” e defendeu um modelo de financiamento coletivo de âmbito privado para artistas que já são conhecidos e consagrados. “O produtor recebe e presta contas às empresas diretamente. Sem intervenção do Estado. Gente famosa, consagrada, com nome cujas imagens vendem seus produtos não vão demorar para encontrar patrocinadores que queiram linkar seus nomes a elas”, disse.

    ‘Continuo conservadora’

    No programa, a atriz falou sobre os quarenta anos da série Malu Mulher, estrelado por ela e que se tornou um marco da televisão brasileira ao retratar as mudanças pelas quais as mulheres passavam na época. A produção retratava uma mulher que enfrentava preconceito por ser recém-separada e tentar ganhar a vida sozinha.

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    A posição feminista da personagem, porém, incomodava Regina. “Eu nunca me declarei feminista, mesmo fazendo Malu. Eu achava que não era por aí, que tinha caminhos intermediários, que tinha que negociar mais, que não podia se afastar do homem”, disse. “Eu estava achando ela muito chata, muito autoritária, muito dona da verdade, muito feminista. Aquilo que eu nunca quis ser.”

    “Embora tenha tido atitudes de vanguarda, sempre fui e continuo conservadora”, afirmou também. “Eu só tenho medo de ficar uma velhinha que fala assim: ‘Ai, esse mundo está perdido, que horror, que horror’.”

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