Chiquinha Gonzaga recebeu uma homenagem do Google nesta quarta-feira, dia em que completaria 171 anos. O site preparou um doodle com a imagem da musicista sentada ao piano e compondo uma música, forma como ganhou reconhecimento nacional e se tornou uma das compositoras mais influentes da música popular brasileira.
Natural do Rio de Janeiro, Francisca Edwiges Neves Gonzaga, que depois ficaria conhecida como Chiquinha, teve aulas de música desde a infância e compôs a primeira canção com apenas 11 anos. Afilhada de Luís Alves de Lima e Silva, o Duque de Caxias, a jovem recebeu uma educação rígida, por influência da família do pai, que era general do Exército imperial.
Aos 16 anos foi forçada pelos pais a se casar com o oficial da Marinha Jacinto Ribeiro do Amaral, com quem teve três filhos. A união, no entanto, durou poucos anos e Chiquinha pediu a separação. A decisão foi motivo de grandes críticas na época e a musicista foi proibida de cuidar dos filhos mais novos, convivendo apenas com o primeiro, João Gualberto.
Chiquinha começou a dar aulas de piano e o gosto pela música a tornou a primeira grande compositora de música popular do Brasil. O seu primeiro sucesso foi a polca Atraente, de 1877. A pianista logo começou a escrever trilhas de peças, como as operetas Forrobodó e A Corte na Roça.
A composição mais popular de Chiquinha hoje é a marchinha de carnaval Ó Abre Alas. Lançada em 1899, a música foi uma das primeiras escritas especialmente para a festividade. Outros sucessos da pianista foram o tango Gaúcho e a habanera Sonhando.
Neta de uma escrava alforriada, Chiquinha também foi uma grande defensora do movimento abolicionista. A pianista ainda teve mais dois relacionamentos longos durante a vida, depois da primeira separação. Aos 20 anos, reencontrou o namorado da juventude, o engenheiro João Batista de Carvalho, com quem teve uma filha, Alice Maria. E, aos 52 anos, começou a namorar o jovem músico João Batista Fernandes Lage, de apenas 16 anos, com quem ficou até o fim da vida.
Chiquinha morreu aos 87 anos, no Rio de Janeiro, deixando como legado um acervo de aproximadamente trezentas composições.