Presidente da Paramount TV é demitida após acusações de racismo
Amy Powell coordenava a divisão televisiva da empresa desde 2013 e foi responsável por séries como ‘13 Reasons Why’ e ‘The Alienist’
Amy Powell, presidente da Paramount Television, foi demitida após acusações de comentários raciais inapropriados. A decisão foi divulgada via comunicado interno da empresa pelo CEO Jim Gianopulos, texto publicado pelo site americano The Hollywood Reporter. Segundo a nota, “diversos indivíduos” se sentiram incomodados por comentários com conteúdo racial feitos pela executiva e chegaram a reportá-la ao setor de recursos humanos da empresa.
Segundo fontes ouvidas pelo site, o incidente marcante aconteceu durante uma reunião do remake do filme O Clube das Desquitadas (1996), que terá um elenco com atores negros e está sendo escrito pela roteirista Tracy Oliver. No dia 28 de junho, Tracy usou o Twitter para fazer uma reclamação, mas sem citar nomes. “Passei por uma situação hoje que realmente mostra o quanto precisamos de representantes em todos os lados. A voz de uma mulher negra não importa se quem tem o poder de tomar decisões não entende ou não quer entender o que estamos dizendo”, escreveu antes de alfinetar o #MeToo, dizendo que o movimento feminista em Hollywood não tem se pronunciado por questões raciais.
À frente da divisão televisiva da empresa desde 2013, Amy tem no currículo diversas séries, entre elas algumas lançadas em parceria com a Netflix, como 13 Reasons Why e The Alienist.
Os comentários exatos ditos por Amy não foram divulgados. Porém, o The Hollywood Reporter afirma que ela teria feito generalizações sobre mulheres negras que causaram um mal-estar, fazendo com que algumas pessoas da reunião se sentissem ofendidas.
Inicialmente, Amy receberia uma punição disciplinar. Porém, a Paramount decidiu demiti-la. “Após dias conduzindo uma investigação, falando com as pessoas envolvidas, com o RH e o nosso time de representantes legais, chegamos à essa conclusão e decidimos terminar nosso contrato com Amy”, diz o comunicado oficial.
A executiva nega as acusações e, em resposta, diz que pretende provar que foi injustiçada. Fontes afirmam que ela pretende processar o canal.