O cineasta franco-polonês Roman Polanski planeja voltar aos Estados Unidos, afirmou nesta quinta-feira seu advogado, Harland Braun, que busca garantias para que o diretor não cumpra mais penas de prisão pelo estupro de uma menina de 13 anos. O advogado pediu à Suprema Corte de Los Angeles que autorize a divulgação de um testemunho do promotor que cuidou do caso. A defesa espera que o documento confirme o que Polanski vem dizendo há quarenta anos: que tinha fechado um acordo com a promotoria para ficar preso apenas por 48 dias.
Polanski foi acusado de drogar Samantha Gailey antes de violentá-la na casa de um amigo em 1977, em Los Angeles. Ele confessou ter tido “relações sexuais ilegais” com uma menor, mas negou o estupro e ficou 42 dias preso em uma penitenciária da Califórnia, antes de ser libertado. O diretor afirma que o juiz Laurence Rittenband negou o acordo em 1978 e disse aos promotores que ele devia cumprir pena de 50 anos. O cineasta, então, fugiu para a Europa há quase 40 anos e nunca mais voltou aos Estados Unidos.
Passou quase um ano detido na Suíça, em 2009, enquanto as autoridades americanas tentavam conseguir sua extradição. Passou dez meses em prisão domiciliar até que Berna rejeitou o pedido. Depois disso, o governo americano pediu à Polônia que o extraditasse em janeiro de 2015, mas a solicitação foi negada em outubro. A Suprema Corte da Polônia declarou que Polanski havia cumprido seu tempo.
O diretor, que mora atualmente na França, quer voltar aos Estados Unidos e resolver a questão para que não seja mais considerado um fugitivo da Justiça. Ele também deseja visitar o túmulo de sua esposa, Sharon Tate, morta em 1969, na Califórnia.
(Com Agência France-Presse)