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Olivia Newton-John defende ‘Grease’ e diz que filme não é sexista

Em entrevista a jornal, a atriz falou também das três vezes que teve câncer e dos tratamentos que fez com maconha medicional e o consumo de ayahuasca

Por Felipe Branco Cruz Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 26 out 2020, 12h16 - Publicado em 26 out 2020, 10h59
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  • A cantora e compositora Olivia Newton-John, 72, que interpretou a mocinha Sandy Olsson, par romântico de Danny Zuko (John Travolta) no filme musical Grease – Nos Tempos da Brilhantina (1978), deu uma reveladora entrevista ao jornal The Guardian, nesta segunda-feira, 26. Na conversa, a artista falou sobre as três vezes em que teve câncer, sobre o uso medicinal da maconha e o consumo de ayahuasca, e também defendeu Grease das acusações de ser sexista. 

    Após 43 anos do lançamento de Grease, o filme continua sendo um dos musicais de maior bilheteria de todos os tempos, com quase 400 milhões de dólares. Na esteira de movimentos como o #MeToo, o filme passou a ser apontado como sexista, onde a mocinha tem que ficar bem mais sexy para conquistar um homem. “É só um filme”, disse Olivia ao jornal. “É uma história que se passa nos anos 1950, onde as coisas eram bem diferentes. Todo mundo esquece que, no final, ele muda por ela também. É apenas uma garota que ama um cara. E ela pensa que se ela fizer isso, ele vai gostar. E ele acha que se ele fizer aquilo, ela também vai gostar. Acho isso muito real. Foi uma divertida história de amor”, completa.

    A atriz também contou sobre sua luta contra o câncer. Ela foi diagnosticada com câncer de mama pela primeira vez em 1992. Em 2013, a doença retornou e mais uma vez foi superada. Infelizmente, ele voltou uma terceira vez em 2017. “Faz parte da minha vida há muito tempo”, diz. “Não me considero doente de câncer. Eu escolho não ver isso como uma luta, também porque não gosto de guerra. Quero ter meu corpo saudável e de volta ao equilíbrio. Se você pensa: ‘coitadinha de mim’ ou ‘estou doente’, então você vai ficar doente.”

    Para lidar com a dor e os desconfortos causados pela cirurgia, quimioterapia e radioterapia, ela buscou a cannabis medicinal e se tornou uma entusiasta defensora da cannabis, que lhe foi apresentada pelo marido, John Easterling. Hoje, o marido cultiva a erva em seu rancho, nos Estados Unidos. A filha de Olivia, Chloe, também é proprietária de uma fazenda de maconha no Oregon. “Ajuda com a ansiedade, com o sono e com a dor”, ela diz.

    Esse crescente interesse pela planta, incentivou Olivia a buscar também a ayahuasca, um chá alucinógeno bastante usado por tribos indígenas amazônicas com fins de cura e espirituais. “Mudou a minha vida”, conta. “Se eu não tivesse tido essa experiência, talvez não fosse casada com John até hoje. Tive as visões mais incríveis quando estava sob a influência dela. Foi fantástico”. Em 2008, eles se casaram em Cusco, no Peru.

    Na entrevista, a atriz contou ainda que gosta de se ver como uma sobrevivente que já resistiu a diversas experiências dolorosas, como vários abortos espontâneos e o desaparecimento do ex-namorado, Patrick McDermott, que sumiu em 2005 e até hoje não foi encontrado. “Conforme você envelhece, você desenvolve um pouco de sabedoria”.

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