As fantasias e intrigas eróticas de Cinquenta Tons de Cinza chegam ao fim com Cinquenta Tons de Liberdade — que alívio, dizem os críticos. Já Dakota Johnson faz uma espécie de Jogo do Contente de Pollyanna e se despede da trilogia enxergando algo de bom nos filmes que protagonizou. “Anastasia enfrenta grandes decisões e problemas nestes três filmes, e penso que sua lealdade consigo mesma e sua capacidade para ser sincera com sua curiosidade emocional e sexual, enquanto segue sendo amável, elegante e forte, é um grande exemplo e um modelo para as mulheres jovens”, diz Polly… ops, Dakota.
Sob a direção de James Foley, Cinquenta Tons de Liberdade, última parte da franquia baseada os livros da britânica E.L. James, começa com o casamento de Anastasia e Christian Grey (Jamie Dornan), que, além de lidar com problemas sentimentais e românticos de todos os tipos, deverão também lidar com alguns fantasmas do passado que ameaçam suas vidas.
A interpretação da inocente, mas audaz Anastasia Steele deu a Dakota Johnson (Austin, 1989) seu primeiro grande papel em Hollywood, razão pela qual a atriz se despede da personagem com boas lembranças, mas também com vontade de olhar para o futuro. “Sabe? Me sinto incrivelmente agradecida e muito orgulhosa destes filmes. Estou orgulhosa de ter tido a honra de interpretar Anastasia e também estou emocionada por seguir adiante”, comenta.
Cinquenta Tons de Liberdade, com pouco mais de comédia e de thriller que seus antecessores, mostra a face mais livre e contundente de Anastasia, que toma as rédeas de sua relação com Christian e que tem muito claro o que espera de seu casamento e da sua vida familiar.
A atriz também destaca a jornada de Christian Grey, um homem reticente ao amor e dedicado a experimentar o sexo que chega inclusive a subir no altar. “Ambos mudam não por eles mesmos, mas porque querem. Cada um se vê no outro e querem que (a relação) funcione, assim que tentam resolvê-la.”
As tórridas e abundantes cenas de sexo, muito pouco habituais em um filme de um grande estúdio de Hollywood, são a marca de Cinquenta Tons de Cinza, um fator que requeria uma grande cumplicidade entre os dois protagonistas.
“Levamos muito bem e tivemos verdadeiramente sorte porque, se não fosse assim, teria sido muito difícil”, afirmou Dakota sobre sua “incrível” sintonia profissional com Dornan.
Além disso, a artista considerou que a trama sexual de Cinquenta Tons de Cinza, que parte das experiências sadomasoquistas de Christian Grey, “encorajou as pessoas a terem a mente mais aberta na hora de falar de sexo”.
Ainda que os dois primeiros filmes da trilogia tenham sido muito criticados, Cinquenta Tons de Cinza (2015) e Cinquenta Tons Mais Escuros (2017) arrecadaram 952 milhões de dólares no total em bilheteiras de todo o mundo.
E o feitiço da saga com seus fãs parece continuar, tal como se viu em uma prévia do filme na última semana em Hollywood, onde os admiradores aplaudiram o casamento de Christian e Anastasia, logo no início do longa-metragem, como se fossem convidados da cerimônia e da festa.
Johnson não soube explicar as razões da forte conexão dos admiradores com os personagens de Cinquenta Tons, mas sugeriu que o aroma de “conto de fadas” pode ter seu peso nesse aspecto.
A filha de Melanie Griffith e Don Johnson também fez uma reflexão sobre as recentes reivindicações feministas dos movimentos “Time’s Up” (Acabou o tempo) e “Me Too” (Eu também) surgidos por causa da onda de escândalos sexuais em Hollywood. Neste sentido, opinou que a igualdade de salários e o respeito profissional entre homens e mulheres são fundamentais. “As mulheres devem ter mais acesso a trabalhos nesta indústria. Gostaria de ver mais diretoras e quero ver histórias de mulheres feitas por mulheres. Acredito que isto está ocorrendo e vai ganhar mais força ainda”, assegurou.
Por fim, a atriz falou sobre o seu novo projeto junto ao cineasta italiano Luca Guadagnino, o diretor do aclamado Me Chame Pelo Seu Nome (2017) e com quem já trabalhou em A Bigger Splash (2015).
Johnson e Guadagnino unirão esforços em Suspiria, um novo olhar ao filme de terror homônimo de 1977 de Dario Argento e para o qual a artista prometeu ao público uma experiência fora do comum. “É bastante selvagem e me pergunto o que as pessoas pensarão dela”, finalizou.