Black Friday: Revista em casa a partir de 8,90/semana
Continua após publicidade

O que há por trás de ativistas que se colam em obras de mestres da arte

Em prol do meio ambiente, eles encontraram uma forma inusitada — e pueril — de capturar os olhares para a causa climática

Por Marcelo Canquerino Atualizado em 4 jun 2024, 11h19 - Publicado em 31 jul 2022, 08h00
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Uma das pinturas mais célebres da história, a Primavera, do pintor renascentista Sandro Botticelli (1445-1510), é cercada de admiradores todos os dias na Galeria Uffizi, em Florença. Cheio de turistas, como sempre, o dia 22 de julho parecia uma data comum de visitação ao museu. Na ocasião, os jovens Simone Ficicchia e Laura Zorzini compraram suas entradas como qualquer cidadão e decidiram observar a obra bem de perto — só que a interação passou longe de simplesmente contemplá-la ou tirar fotos para o Instagram. A dupla colou suas mãos no painel e levantou um cartaz: “Última geração, sem gás, sem carvão”. Antes de serem arrastados para longe da pintura, os dois bradaram um alerta sobre os impactos das mudanças climáticas na Itália e no mundo.

    Crise Climática e o Green New Deal Global: a Economia Política Para Salvar o Planeta

    Ficicchia e Zorzini fazem parte do grupo Ultima Generazione (Última Geração), que atua no país desde dezembro de 2021 e move agora protestos em defesa do meio ambiente cutucando (ou lambuzando) obras famosas. “Queremos sensibilizar o mundo da arte para o fato de que há uma crise climática e social em curso e que, se não agirmos rapidamente, será irreversível”, disseram em comunicado a VEJA. A Galeria Uffizi é apenas um dos museus na mira desse tipo ruidoso de protesto.

    Leonardo da Vinci

    Nos últimos meses, a Europa assistiu atônita à chegada da nova mania. Em 30 de junho, no Reino Unido, membros do grupo Just Stop Oil ataram as mãos à moldura de Pessegueiros em Flor, de Van Gogh, escolhida porque a região retratada na tela, a Provença, na França, em breve deve sofrer uma seca severa. Nem mesmo Da Vinci escapou. Em 5 de julho, ambientalistas colaram as mãos numa réplica de A Última Ceia exposta em Londres, para protestar contra novas licenças de exploração de petróleo e gás no país.

    Van Gogh: A salvação pela pintura

    Continua após a publicidade

    Ao longo da história, quadros clássicos sofreram outros atentados por motivos políticos. Vênus ao Espelho, do pintor espanhol Diego Velázquez (1599-1660), precisou passar por uma restauração após o ataque de Mary Richardson, em 1914, quando ela cortou a tela em protesto contra a prisão de uma das fundadoras do movimento sufragista britânico. A ação dos novos ativistas vai na contramão: preocupados com a correção política, eles fazem protestos “limpinhos”, e chegam até a consultar especialistas para saber como causar barulho sem danificar as obras.

    Desde o princípio, a ideia não era vandalizar a pintura de Botticelli e dos outros artistas, mas usá-­las para atrair os olhares da opinião pública. A dupla italiana colou as mãos no vidro que protege a Primavera, não no quadro em si, e usou uma cola inofensiva. De qualquer forma, é uma ideia temerária, pois não deixa de atiçar outros malucos por aí — e é óbvio que o pobre Botticelli nada tem a ver com as agruras do clima. Não há dúvida, porém, de que é um jeito eficiente de chamar a atenção. Bastaram dois jovens, um tantinho de cola — e os cliques da plateia.

    Publicado em VEJA de 3 de agosto de 2022, edição nº 2800

    CLIQUE NAS IMAGENS ABAIXO PARA COMPRAR

    Continua após a publicidade
    O que há por trás de ativistas que se colam em obras de mestres da arteO que há por trás de ativistas que se colam em obras de mestres da arte
    Crise Climática e o Green New Deal Global: a Economia Política Para Salvar o Planeta
    O que há por trás de ativistas que se colam em obras de mestres da arteO que há por trás de ativistas que se colam em obras de mestres da arte
    Leonardo da Vinci
    Continua após a publicidade
    O que há por trás de ativistas que se colam em obras de mestres da arteO que há por trás de ativistas que se colam em obras de mestres da arte
    Van Gogh: A salvação pela pintura
    logo-veja-amazon-loja
    Continua após a publicidade

    *A Editora Abril tem uma parceria com a Amazon, em que recebe uma porcentagem das vendas feitas por meio de seus sites. Isso não altera, de forma alguma, a avaliação realizada pela VEJA sobre os produtos ou serviços em questão, os quais os preços e estoque referem-se ao momento da publicação deste conteúdo.

    Publicidade

    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Semana Black Friday

    A melhor notícia da Black Friday

    BLACK
    FRIDAY

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    Apenas 5,99/mês*

    ou
    BLACK
    FRIDAY
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (a partir de R$ 8,90 por revista)

    a partir de 35,60/mês

    ou

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.