Assine VEJA por R$2,00/semana
Continua após publicidade

O clã Tufão, a grande família de ‘Avenida Brasil’

Nem só da sanha de Nina (Débora Falabella) e Carminha (Adriana Esteves) se faz o sucesso de Avenida Brasil. Além do embate entre a pretensa heroína e a vilã da novela, a trama de João Emanuel Carneiro vem emplacando junto à audiência uma turma grande, caótica e divertida: o clã do ex-jogador Tufão. Como uma […]

Por Mariana Zylberkan
12 ago 2012, 08h34
  • Seguir materia Seguindo materia
  • Nem só da sanha de Nina (Débora Falabella) e Carminha (Adriana Esteves) se faz o sucesso de Avenida Brasil. Além do embate entre a pretensa heroína e a vilã da novela, a trama de João Emanuel Carneiro vem emplacando junto à audiência uma turma grande, caótica e divertida: o clã do ex-jogador Tufão. Como uma grande família que se preze, os moradores da mansão do Divino são barulhentos e vivem às turras, mas, diante de qualquer dificuldade, põem as implicâncias de lado e deixam o amor falar mais alto. Reafirmam um valor ainda caro ao brasileiro – especialmente à classe C, que representa 53% de seu público – e imprimem dinamismo ao folhetim, com seus conflitos e piadas.

    Publicidade

    “A família do Tufão, graças principalmente ao Leleco (Marcos Caruso) e ao Adauto (Juliano Cazarré), funciona como um ‘respiro cômico’ da trama”, diz André Bernardo, autor do livro A Seguir, Cenas do Próximo Capítulo, citando os dois homens da fogosa Muricy (Eliane Giardini). Respiro que se viu na semana em que se deu a virada na trama. Enquanto Nina passava a chantagear Carminha com fotos que provam o envolvimento amoroso da vilã com Max (Marcello Novaes), como parte de seu plano de vingança contra a ex-madrasta, Tufão e seus atrapalhados parentes atuavam em cenas hilárias na casa de veraneio da família em Cabo Frio. No Rio, as arqui-inimigas se estapeavam e, na praia, a turma do subúrbio fazia churrasco na laje, se perdia numa trilha no meio do mato e via – ao menos parte deles via – o ex-casal Leleco e Muricy passar à condição de amantes, negando fogo aos jovens e ingênuos namorados Tessália (Débora Nascimento) e Adauto.

    Publicidade

    Foi quando Avenida Brasil bateu por duas vezes seu recorde na Grande São Paulo, cravando por dois dias seguidos 45 pontos no Ibope e 70% de presença nos televisores ligados. Para coroar a divertida estadia do clã em Cabio Frio, João Emanuel os pôs a bordo de uma combalida Kombi no retorno para o Rio. Ali, em meio aos improvisos incentivados pela diretora Amora Mautner, havia o caos de sempre. O público adorou. Os capítulos inspiraram até a criação de uma página no Facebook, “Queremos a família Tufão de volta a Cabo Frio”.

    Publicidade

    Além de fazer o público rir, o clã do ex-jogador do Flamengo produz empatia pela forma como resolve seus problemas na base do um por todos e todos por um. “A identificação é direta com a audiência popular. Eles passam uma sinceridade muito grande, porque estão o tempo todo juntos, quase sempre à mesa”, diz Maria Immacolata Lopes, coordenadora do Centro de Estudos em Telenovela da Universidade de São Paulo (USP).

    Continua após a publicidade

    Mais. A família Tufão, principalmente por causa do envolvimento de Leleco e Muricy com parceiros mais novos e agora de novo entre si, renova um dos mais antigos recursos dramatúrgicos, o do núcleo familiar. Uma das provas da eficiência dessa fórmula é a longevidade da série semanal A Grande Família. No ar há 12 anos na TV Globo, ela só deve sair de cena porque os atores querem abraçar outros projetos. De audiência, vai bem: 26 pontos nas noites de quinta-feira. É incontestável: o público ama uma confusão familial.

    Publicidade

    Tramas dominadas por clãs vigoram na TV brasileira desde o início dos anos 1970. Segundo Mauro Alencar, doutor em Teledramaturgia Brasileira e Latino-Americana pela USP e membro da Academia de Artes e Ciências da Televisão de Nova York, as precursoras do recurso são Os Ossos do Barão (1973) e Pecado Capital (1975) – vide lista abaixo.

    E, no que depender de Avenida Brasil, as famílias vão continuar dominando a tela. Até a megera Carminha se mantém atada àqueles que chama de gentalha. É porque, no fundo, ela sabe que sem eles a novela não tem graça.

    Publicidade
    Publicidade
    Publicidade

    Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

    Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

    Domine o fato. Confie na fonte.

    10 grandes marcas em uma única assinatura digital

    MELHOR
    OFERTA

    Digital Completo
    Digital Completo

    Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 2,00/semana*

    ou
    Impressa + Digital
    Impressa + Digital

    Receba Veja impressa e tenha acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

    a partir de R$ 39,90/mês

    *Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
    *Pagamento único anual de R$96, equivalente a R$2 por semana.

    PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
    Fechar

    Não vá embora sem ler essa matéria!
    Assista um anúncio e leia grátis
    CLIQUE AQUI.