A escritora e prêmio Nobel de Literatura Toni Morrison morreu na segunda-feira, 5, aos 88 anos. A informação foi dada à revista New York Magazine por uma fonte na sua editora, a Knopf, e confirmada pela família em comunicado. Na nota, publicada pela agência de notícias France-Presse nesta terça-feira, 6, a família da autora informa apenas que ela morreu “após uma breve doença”. “Apesar de sua morte representar uma tremenda perda, estamos gratos por ela ter tido uma vida longa e bem vivida”, diz o texto.
Toni estreou como romancista em 1970, com O Olho Mais Azul, mas ficou conhecida pelo romance Amada, que lhe rendeu o Pulitzer de ficção em 1988. Jazz (1992) e Paraíso (1997) completaram uma espécie de trilogia — mesmo antes de sua conclusão, em 1993, a escritora conquistou o Prêmio Nobel de Literatura, tornando-se a primeira mulher negra a ser escolhida para a distinção. Segundo o comitê da Academia Sueca, o prêmio foi dado a Toni por ela ser “uma escritora que, em romances caracterizados por força visionária e teor poético, dá vida a um aspecto essencial da realidade americana”.
Em 2015, ela publicou seu último romance, o décimo primeiro de sua carreira, intitulado Deus Ajude Essa Criança. No Brasil, nove de seus livros foram publicados pela editora Companhia das Letras.
Antes de se tornar uma autora conhecida mundialmente, Toni trabalhou como editora para a Random House por 19 anos, revelando uma geração de escritores afro-americanos como Angela Davis, Gayl Jones e Toni Cade Bambara. Ela também foi professora da Universidade de Princeton entre 1989 e 2006.
A Companhia das Letras, editora dos livros de Toni Morrison no Brasil, disse que “lamenta profundamente a morte” da escritora e relembrou a célebre frase que Morrison proferiu ao receber o Nobel: “Nós morremos. Esse pode ser o significado da vida. Mas nós fazemos linguagem. Essa pode ser a medida de nossas vidas.”⠀
Repercussão
Barack Obama
“Toni Morrison era um tesouro nacional, boa como contadora de história e cativante pessoalmente do mesmo jeito que em suas páginas. Sua escrita foi um belo e significativo desafio à nossa consciência e à nossa imaginação mortal. Que presente respirar o mesmo ar que ela, mesmo que apenas por um tempo.”
Shonda Rhimes, produtora de Scandal e How To Get Away With Murder
“Ela me fez entender que ser ‘escritora’ era uma ótima profissão. Eu cresci querendo ser apenas ela. O jantar que tivemos foi uma noite que nunca vou esquecer. Descanse, rainha.”
Com Estadão Conteúdo