Neil Young declara guerra ao Spotify por negacionismo na pandemia
O roqueiro exigiu que a empresa retirasse suas músicas do ar enquanto a plataforma hospedar o podcast do humorista anti-vacina Joe Rogan
A relação do lendário cantor e compositor Neil Young, de 76 anos, com o Spotify nunca foi lá essas coisas – mas a pandemia fez o caldo entornar de vez. Ferrenho defensor da vacinação, o roqueiro exigiu que a empresa de streaming retire suas músicas do ar se continuar hospedando o podcast The Joe Rogan Experience, do comediante Joe Rogan – que, nas palavras de Young, “repetidamente espalhou alegações enganosas e falsas” e “teorias da conspiração infundadas” sobre os imunizantes contra a Covid-19. O humorista Rogan apoia o movimento anti-vacina e recomendou ivermectina para tratar a Covid-19, mesmo depois de comprovado que o remédio não é eficaz contra a doença.
O ultimato de Neil Young foi feito por meio de uma carta aberta publicada (e já apagada) em seu site, endereçada ao seu empresário Frank Gironda, e ao co-presidente e diretor de operações da Warner Records, Tom Corson. “Estou fazendo isso porque o Spotify está espalhando informações falsas sobre as vacinas – potencialmente causando a morte daqueles que acreditam na desinformação espalhada por eles”, escreveu. “Por favor, aja imediatamente hoje e me mantenha informado sobre o cronograma”, completou. “Eles podem ter Rogan ou Young. Não os dois”.
O podcast de Joe Rogan já foi criticado também no mês passado por 270 médicos e educadores, que pediram ao Spotify que parasse de divulgar seus programas. Lançado em 2009, o podcast de Rogan é um dos mais populares do mundo e em 2020 o Spotify pagou, segundo o Wall Street Journal, 100 milhões de dólares pela exclusividade.
Esta não é a primeira vez que Neil Young briga com o Spotify. Em 2015, ele retirou todas as suas músicas da plataforma por entender que a qualidade do áudio era muito baixa. No ano seguinte, cedeu e liberou novamente as músicas. Em uma entrevista à revista Rolling Stone, Young justificou sua volta ao Spotify com uma razão pragmática: “Era ali que as pessoas pagavam pela música”.